Secretaria de Saúde realiza ação em conjunto na Aldeia Indígena Rio Silveiras em Boraceia





A prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria de Saúde (SESAU), realizou uma ação em conjunto com a prefeitura de Bertioga, na aldeia indígena Rio Silveiras, em Boraceia, Costa Sul do município, na última semana. A ação contou com profissionais do Departamento de Vigilância em Saúde e da Coordenação de Unidades.

Na ocasião, foram realizados exames clínicos nos indígenas, com o objetivo de prevenir e diagnosticar precocemente doenças transmissíveis e com importância epidemiológica, como Tracoma, Hanseníase e Tuberculose. Além disso, com esta ação foi possível identificar as necessidades desta população que serão alvo de outros mutirões.

Para identificar casos de tracoma, uma inflamação crônica nos olhos causada por uma bactéria, foram feitos 56 exames oculares externos. A doença afeta, principalmente, crianças de até 10 anos de idade e tem início na forma de conjuntivite, podendo causar cegueira nos casos mais graves.

No caso da tuberculose, foram examinadas 65 pessoas através da busca de sintomas respiratórios, e coleta de material específico para análise bacteriológica. A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, também causada por uma bactéria, que afeta principalmente os pulmões. Os principais sintomas são tosse por mais de duas semanas, catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito e falta de apetite.

Para identificar casos de hanseníase, foram utilizados formulários conhecidos como ficha de autoimagem, que foram preenchidas pelos profissionais de saúde nos casos em que as pessoas indicaram possuir manchas na pele. No total, 65 fichas foram preenchidas e os casos suspeitos serão encaminhados para a Unidade de Saúde para serem analisados. A SESAU também realizou testes rápidos para detectar HIV, VDRL (sífilis), Hepatite B e Hepatite C em 38 indígenas.

A equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Sebastião, fez visita às residências da aldeia em busca de animais domésticos com sinais/sintomas de doenças transmissíveis ao ser humano. Nesta visita, também foi realizada vacinação antirrábica em 32 cães e 9 gatos, com entrega de comprovante de vacinação aos proprietários dos animais.

Segundo Fernanda Paluri, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, dez cães com sinais de prurido (quebra e queda de pelos), cuja principal causa é sarna, foram tratados com aplicação de injeção de ivermectina. Aconteceram também, através do Centro de Controle Zoonoses de Bertioga, castrações dos cães machos, que os indígenas selecionaram para serem feitas, num total de 11 animais. “Foram visitadas todas as residências da aldeia e o resultado foi muito positivo”, avaliou Fernanda.



Fernanda Paluri disse ainda que o foco específico da ação foi a busca ativa de leishmaniose canina, também conhecida como calazar, que é uma zoonose, ou seja, atinge os animais e os humanos. A doença é causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, e são transmitidos aos homens e animais por meio de um mosquito popularmente conhecido como mosquito palha, que é comum em regiões quentes e úmidas. “É importante ressaltar que a leishmaniose não tem cura e pode colocar a vida do seu cão em risco”, completou ela.

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