Fotos: Rosângela Falato | PMSS
Legenda: Atores contracenam com os espectadores
Peça trata de temas como exclusão social e meio ambiente de forma descontraída
Brincadeiras, malabarismos e música em um espetáculo que leva diversão e mensagens sociais como o problema da exclusão social e preservação ambiental. Tudo isso acontece quando dois garis, interpretados por Pedro Nogueira Mucciollo e Lucas Reinaldi interpretam os personagens da peça “O Gari Muccioloco”. Na noite de sábado (22), o público presente no calçadão da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), na Rua da Praia, Centro Histórico de São Sebastião, pode conferir de perto este espetáculo.
Com apoio da Prefeitura, (Sectur), a peça que mistura teatro e circo fez a festa de pessoas de todas as idades que que se encantaram e participaram da encenação onde dois garis falaram de seus sonhos, inclusive ser famosos, enquanto se dedicavam ao trabalho de uma forma descontraída dentro da peça que integra o Circuito Cultural Paulista, programa do Governo do Estado de São Paulo mantido com apoio dos municípios.
Pedro Nogueira, há quatro anos com o espetáculo que faz parte da Cia Muccioloco Circus, a apresentação foi viabilizada para o Circuito Cultural pela Vila Arte Produções e Associação Paulista Amigos da Arte, ficou surpreso com a receptividade em São Sebastião. “Aqui a peça superou todas as nossas expectativas. Estava lotado, alegre e participativo”, comentou.
Pedro e Lucas explicaram que a ideia foi inspirada na obra “Homens Invisíveis”, do psicólogo Fernando Braga da Costa que, durante oito anos trabalhou junto aos garis do campus da Cidade Universitária de São Paulo, onde colheu diversos depoimentos para seu livro.
Mensagem
Os instrumentos de trabalho dos garis são usados nos números de malabarismo e manipulação, equilibrismo, acrobacia e ilusionismo. As técnicas de palhaço e improviso dão o tom cômico do espetáculo que procura levar à reflexão sobre exclusão social, educação ambiental e preconceito.
“Muitas pessoas passam pelos garis e não os enxergam. Eles são iguais a todos nós e têm um trabalho social muito importante. Eles merecem todo o nosso respeito e cuidado”, comentaram os atores. Mostrar a importância social dos profissionais e acabar com essa invisibilidade pública é um dos objetivos do espetáculo como também leva a noção da preservação ambiental por meio de um rap “muccioloco”.
A proposta alcançou o público que aprovou a apresentação, como o pequeno Edson Filho, 8, que participou da peça com os atores, e sua mãe, Elidiane de Oliveira, que elogiou a iniciativa. “A peça é muito boa e precisa voltar para a cidade”. E não resta dúvida de que a mensagem ambiental também chega ao público infantil. Aos 12 anos, Hilary Raissa Ribeiro, moradora em São Sebastião, adorou tudo e também participou bastante. “Achei muito legal porque também ensina as crianças a não poluir e não jogar lixo no chão”, disse Hilary.
MuccioLoco Circus
Criado em 2006 por Pedro Muccioloco, o grupo “MuccioLoco Circus” conta com a participação de artistas convidados e voluntários oriundos da plateia, possuindo mais de dez personagens cômico-performáticos com habilidades circenses (palhaço, malabarismo e manipulação, equilibrismo, magia e ilusionismo), dançantes e musicais.
O resultado do trabalho são os espetáculos “Circômico”, “Brazilian Hulk Show” e “O Gari Muccioloco”, além do número ‘Descontrole Remoto’. Em 2007, o MuccioLoco Circus apresentou seus números em cruzeiros pela Europa e Caribe. No ano seguinte estreou “Brazilian Hulk Show” no The New York Clown Theater Festival, em Nova Iorque.
Em 2009, Pedro viveu no Canadá e, ao tornar-se membro da Enpiste – Regroupement National de Arts du Cirque, teve a oportunidade de treinar na École National du Cirque e no estúdio do Cirque Eloize, além de fazer cursos e workshops com profissionais renomados internacionalmente como Francine Coté, Daniele Finzi Pasca e Benoit Pelletier. Também foi dirigido por renomados diretores brasileiros como Hugo Possolo, Roberto Lage, Antunes Filho, José Rubens Siqueira e Jairo Mattos.
Em 2010, MuccioLoco Circus estreou o espetáculo “Circômico” e a performance itinerante “O Gari Muccioloco”, na Virada Cultural de São Paulo e na 5ª Palhaçaria Paulistana. Em 2011, com ‘Descontrole Remoto’, se apresentou na 6ª Palhaçaria Paulistana. Ficou em cartaz um mês no Cabaré Zona de Riso, no Centro Cultural São Paulo-CCSP, na Virada Cultural 2011 e no Cabaré do Galpão do Circo. Em 2012, estreou “O Gari Muccioloco”, que ficou em cartaz no Teatro Coletivo com apresentações em locais como Galpão do Circo, Circo no Beco, Ponte do Circo e Fábrica de Cultura de Sapopemba, entre outros.
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