Debate sobre Empoderamento Feminino aponta necessidade de mais avanços




Foto: Arnaldo Klajn | PMSS

Legenda: Evento, que contou com apresentação de coral, levou centenas de pessoas ao Teatro Municipal

Debate sobre Empoderamento Feminino aponta necessidade de mais avanços

Evento da Semana da Mulher atrai bom púbico e estudantes de Direito ao Teatro Municipal



As lutas e conquistas das mulheres nos últimos 41 anos, desde a instituição do Dia Internacional da Mulher, em 1975, pela Organização das Nações Unidas (ONU), foram abordadas na noite de quinta-feira (10), no Teatro Municipal de São Sebastião, em debate sobre “Empoderamento Feminino”. O tema, abordado pelas fundadoras da União de Mulheres de São Paulo, as irmãs Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Scmidt de Almeida, atraiu a atenção do público formado por integrantes de entidades de apoio às mulheres, alunos do curso de Direito da Faculdade de São Sebastião e demais interessados, bem como vários homens cuja participação foi elogiada pela organização.

A palestra integrou a programação da Semana da Mulher realizada pela Prefeitura em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de São Sebastião, com apoio da Coordenadoria da Mulher do município, Conselho Municipal da Condição Feminina, Associação de Amparo à Mulher Sebastianense, Associação de Mulheres da Costa Sul e Faculdade São Sebastião (FASS).

Autora de inúmeros artigos sobre o tema, Maria Amélia é militante feminista histórica e, na década de 60, foi presa política juntamente com seu companheiro, com a irmã Criméia e filhos. A militância feminista começou no presídio, na atuação com mulheres que falavam em feminismo, sexualidade e igualdade de direitos, assuntos que fizeram e fazem parte de seu trabalho político. “Na época da ditadura nem se podia falar em direito das mulheres e nem em direito algum”, disse Amélia. Com o movimento feminista, foi dada visibilidade a muitas questões, obtidas conquistas, mas ainda é uma luta difícil. “Sabemos que todas as mulheres são discriminadas, é um problema cultural e histórico. O Brasil é um país violento, com uma sociedade racista e machista”, frisou. Porém, segundo Amélia, “o movimento feminista nunca cresceu tanto quanto nos momentos atuais”.

Conquistas

Entre os avanços, as palestrantes citaram a criação da Lei Maria da Penha (11.340/2006) que completará 10 anos em 6 de agosto e, mais recentemente, a Lei do Feminicídio (13.104/2015) que completou um ano no último dia 9 de março. Porém, para mostrar a necessidade de que essas leis sejam cumpridas, Criméia mostrou sua indignação com um caso de assassinato ocorrido no início deste ano, com Débora Carvalho, 33 anos, morta por seu companheiro, dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP), de Caraguatatuba, “um local que deveria garantir a segurança pública”. De acordo com Criméia, “não bastam as leis. É preciso cobrar sua aplicação e o Estado precisa estar aparelhado para atender e dar toda retaguarda às mulheres vítimas de todas as formas de violência e discriminação.

Participação

O evento foi aberto com apresentação do Coral da Igreja Batista de São Sebastião sob a regência de Junia Cornélia Fernandes Vieira. Participaram da mesa dos trabalhos, a advogada Jaqueline Santana, vice-presidente da Subseção da OAB de São Sebastião, André Ricardo Blanco Ferreira Pinto, representando a diretoria do Curso de Direito da FASS, a advogada Geisa Fenerich, responsável pela Coordenadoria da Mulher do município, Dinalva Tavares, vice-presidente do Conselho Municipal da Condição Feminina, Elizabete Chagas, presidente da Associação de Amparo à Mulher Sebastianense, Beth Lamark, presidente da Associação de Mulheres da Costa Sul e Vanda Lopes, chefe administrativa do Fundo de Solidariedade representando a secretária municipal de Trabalho e Desenvolvimento Humano (Setradh), Roseli Trevisan Primazzi.

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