Embarque em um bate-papo sobre a canoa de voga dia 24



Foto: Edivaldo Nascimento | PMSS

Legenda: A canoa de voga surge na ilha de São Sebastião e no litoral continental fronteiro como imposição do caráter comercial da produção de aguardente



Embarque em um bate-papo sobre a canoa de voga dia 24

Poeta Geraldo de Buta levará o público em uma viagem no tempo sobre essa antiga embarcação caiçara



“Minha canoa de voga infla traqueta e mezena para transportar sonhos, os mais variados, de nosso folclore. Ela busca abrigo no porto de cada um onde se sedimentam lembranças consolidadas ao longo da vida”. É assim que o poeta Geraldo de Buta define a viagem que proporcionará ao público em bate-papo inspirado no serviço que prestavam essas antigas embarcações que transportavam os produtos produzidos pelos caiçaras movimentando a economia local no início do século XX.

Para embarcar na canoa da voga, basta participar do bate-papo gostoso que acontecerá na próxima segunda-feira (24), a partir das 20h, na Videoteca Municipal de São Sebastião, e conhecer mais detalhes e curiosidades de mais uma tradição caiçara “aproveitando a maré folclórica”, diz o poeta que retrata, com paixão, a vida caiçara e toda sua história com muita fidelidade.

“A canoa de voga surge na ilha de São Sebastião e no litoral continental fronteiro como imposição do caráter comercial da produção de aguardente, que conheceu novo alento no início do século XX, e do completo abandono dos portos de São Sebastião e Ubatuba por parte de embarcações regulares após a fase do café”, explica a publicação “Caiçaras na Mata Atlântica, Pesquisa Científica Versus Planejamento e Gestão Ambiental, de autoria de Cristina Adams, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Ao se referir às canoas de voga, feitas de um único tronco, a pesquisa aponta que a Ilha de São Sebastião foi o principal centro de construção dessas e outras embarcações menores no Litoral Paulista. Em 1920, segundo dados, a frota de canoas de voga da ilha chegou a 38 embarcações. Além da aguardente, as canoas de voga levavam outros produtos de exportação como farinha de mandioca, feijão, milho, café, frutas e peixe seco trazendo, na volta, artigos para as casas de comércio locais. Os estudos também apontam que, no início do século XX (1902) as ilhas de Búzios e Vitória já eram habitadas.

Traquete

A propulsão à vela foi uma das primeiras adaptações feitas pelos índios em suas canoas imitando a tecnologia dos colonizadores. O traquete, como é conhecido pelos caiçaras, é o conjunto de mastro e velas para navegação a pano que permitia encurtar a viagem com o vento a favor. Já, com vento contra, as mezenas (vela latina colocada a popa) era responsável pelo rumo da canoa em ventos laterais. E, quando não havia vento, os remos entravam em ação, apontam dados extraídos do “Dossiê Canoa Caiçara” para registro de bens culturais imateriais junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Até hoje o nome “canoa de voga” é associado à embarcação conhecida como Canoa Caiçara. É para essa viagem às aventuras nas canoas de voga, no início do século XX, que o poeta Geraldo de Buta convida a todos para esse bate-papo cultural integrando a programação relativa às comemorações da Semana do Folclore.

Serviço: A Videoteca Municipal fica na Avenida Dr. Altino Arantes, 2, (Rua da Praia), no Centro Histórico de São Sebastião.

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