Semana de Meio Ambiente: palestra aborda benefícios de uma cidade arborizada




Foto: Rosângela Falato | PMSS

Legenda: Arborização urbana deve adotar cuidados com o plantio e traz benefícios para toda a população

Semana de Meio Ambiente: palestra aborda benefícios de uma cidade arborizada

Reduções do impacto e volume das águas da chuva no solo e da poluição atmosférica são algumas das inúmeras contribuições da arborização urbana

Morar em uma cidade arborizada é poder contar com melhor qualidade de vida e saúde. Nada como a sombra de uma árvore para fugir do sol e refrescar o ambiente. Os benefícios de uma cidade arborizada ultrapassam a condição de torná-la um local mais bonito e aconchegante. Na verdade, passou a ser questão de sobrevivência e saúde pública, explicou a bióloga Cíntia Castro de Freitas, chefe da Divisão de Agricultura e Abastecimento da Semam (Secretaria de Meio Ambiente) da Prefeitura de São Sebastião.

As questões envolvendo Arborização Urbana foram debatidas durante palestra realizada na noite de quarta-feira ( 27), no Observatório Ambiental no Complexo da Rua da Praia, no Centro Histórico da cidade, em alusão ao Dia Nacional da Mata Atlântica.

Responsável pelas autorizações de cortes/podas de árvores isoladas na área urbana, a bióloga falou para um grupo de alunos do 3º semestre do curso de Gestão Ambiental da UNIBr acompanhado pela professora Rosana Mara Alvarez. A proposta foi mostrar a importância de preservação da floresta, do plantio de árvores nativas e também exóticas e sensibilizar para que as pessoas passem a cuidar melhor do meio ambiente. Segundo Cíntia, está no “plantio de árvores uma das soluções para as cidades no futuro”. Mas para esse processo, ela ressaltou a necessidade de planejamento para que o desenvolvimento de uma cidade seja harmonioso com os espaços verdes cada vez mais necessários.

Benefícios

As árvores melhoram a qualidade do ar reduzindo a poluição atmosférica por meio de suas folhas, galhos e troncos e pela capacidade de filtrar compostos químicos poluentes e diminuem os ruídos de trânsito e demais fontes de poluição sonora em até 10 decibéis. Além de proporcionar beleza e valorizar os imóveis do entorno, aumentam a umidade do ar, oferecem alimentos e habitat para várias espécies de aves, oferecem sombra e amenizam a temperatura podendo reduzi-la em até 10 graus centígrados. As árvores também diminuem a intensidade dos ventos, bem como reduzem o impacto e volume das águas da chuva no solo, o que contribui para a redução de enchentes e assoreamento de rios e córregos, entre outros benefícios.

Segundo Cíntia, arborização virou questão de saúde pública pois a falta dela pode ocasionar problemas como câncer de pele em função da exposição ao sol e até doença nos olhos devido à radiação solar. “Precisamos de mais calçadas verdes para reduzir as enchentes e contribuir para a proteção do solo”, avaliou. Ela explicou que são necessários cuidados redobrados na área urbana. “Na floresta, a árvore tem seus nutrientes disponíveis. Na área urbana, não temos um solo rico e nutrientes”. Outro problema sério é o estresse hídrico sofrido pela árvore em função da impermeabilização, geralmente em calçadas onde os espaços são pavimentados. “Como a raiz procura água, ela acaba destruindo o calçamento”, explicou a bióloga.

Cíntia lembrou que, além da impermeabilização, é errado pintar as árvores, utilizar qualquer substância química, técnicas de envenenamento e lembrou que muitas podas são feitas de forma criminosa. “A árvore é um ser vivo, a poda errada pode ser porta de entrada para parasitas, cupins, como de solo, e demais danos à espécie”, disse a bióloga frisando que toda intervenção necessita de autorização dos órgãos competentes. Entre os crimes ambientais mais comuns, ela citou casos de anelamentos que rompem os vasos condutores das árvores evitando nutrientes, o que leva à sua morte. As multas variam de R$ 500,00 a R$ 5.000,00 por árvore de acordo o crime ambiental praticado.

A bióloga relatou os trabalhos realizados pela Educação Ambiental da Semam em escolas municipais, atividades praticadas com crianças em vários bairros, principais eventos promovidos e a participação em encontros sobre preservação do bioma. Cintia também explicou a importância do jundu, primeira vegetação da Mata Atlântica, que compõe a área de restinga, na proteção da faixa de areia segurando sedimentos e evitando erosões. Ela citou o trabalho com o Plano de Manejo no jundu localizado na Praia Deserta, região central da cidade. No local, outro problema apontado pela bióloga é o acúmulo de lixo que pode atrair criadouros do mosquito da dengue.

“As árvores são parte integrante dos ambientes e cidades saudáveis, pois a proximidade com a natureza é um ato de saúde. Arborização urbana não é plantar árvores em ruas, é muito mais que isso: é cuidar, defender e ter a consciência de que elas, junto com as florestas, são soluções para as cidades e podem evitar muitos problemas como alagamentos, melhoram a temperatura, ajudam a prevenir doenças de pele e problemas visuais, retêm parte da poluição do ar, diminuem ruídos nos centros urbanos, além de proporcionar mais qualidade de vida para a população”, acrescentou.

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