Secretaria Municipal de Meio Ambiente é representada no maior evento a favor da Mata Atlântica no Rio de Janeiro







Fotos: Semam | PMSS

Legenda: Encontro reuniu representantes de vários município bem como autoridades federais




Secretaria Municipal de Meio Ambiente é representada no maior evento a favor da Mata Atlântica no Rio de Janeiro

Cíntia Freitas participou ainda, de Encontro de Arborização Urbana em São Paulo




A bióloga Cíntia Castro de Freitas, chefe da Divisão de Agricultura e Abastecimento da Semam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), representou São Sebastião num encontro sobre arborização urbana na Subprefeitura de Pinheiros, São Paulo. Na mesma semana, esteve presente no maior evento nacional em prol da Mata Atlântica, o “Viva a Mata”, que pela primeira vez aconteceu na cidade do Rio de Janeiro.

Segundo informou, o Encontro de Arborização Urbana na capital paulista foi realizado em três etapas, mas participou apenas da segunda, com as seguintes apresentações: “A importância das árvores para a saúde” (por Thais Mauad, professora associada e membro do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP) e “Boas práticas de arborização urbana e os erros mais comuns” (por José Hamilton Aguirre, engenheiro florestal, mestre em Agronomia, servidor na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente com Termos de Ajustamento de Conduta). Houve ainda uma terceira apresentação com Danilo Jack, idealizador do coletivo “Muda Mooca”, que possui 20 anos de experiência plantando árvores nas calçadas de São Paulo.

Responsável pelas autorizações de podas e cortes de árvores no município, Cíntia comentou indignada que, para a maioria das pessoas a árvore é um problema “Mas isso acontece por falta de planejamento, escolha de espécie inadequada e sua manutenção, fatores que levam à destruição de calçadas, falta de acessibilidade, problemas com a rede elétrica, com postes de iluminação, entre outros”, observou. “As árvores são parte integrante dos ambientes e cidades saudáveis, pois a proximidade com a natureza é um ato de saúde. Arborização urbana não é plantar árvores em ruas, é muito mais que isso: é cuidar, defender e ter a consciência de que elas, junto com as florestas, são soluções para as cidades e podem evitar muitos problemas como alagamentos, melhoram a temperatura, ajudam a prevenir doenças de pele e problemas visuais, retêm parte da poluição do ar, diminuem ruídos nos centros urbanos, além de proporcionar mais qualidade de vida para a população”, acrescentou.

Trabalhos

O “Viva a Mata”, Encontro Nacional pela Mata Atlântica, em sua 11ª edição, aconteceu de 9 a 17 de maio, com atividades desenvolvidas no Teatro Tom Jobim no Jardim Botânico do Rio. O evento, anual, promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica, ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas cidades, tem por objetivo comemorar o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), promovendo a troca de experiências entre os que lutam pela conservação da floresta e sensibilizando os cidadãos sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Atrações culturais, palestras, seminários e oficinas integram o evento.

A representante sebastianense esteve presente aos trabalhos de 12 a 14, dias que aconteceram discussões sobre a implementação da Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006) com a criação do Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA) e um seminário com os temas: Mar, Cidades, Água e Clima. “Várias autoridades e representantes do Ministério Público, gestores municipais de inúmeras cidades brasileiras estiveram presentes, como os municípios de João Pessoa, Maringá, Caxias do Sul, Sorocaba, Bauru, Salvador que fizeram suas apresentações”, comentou. “Uma solenidade aconteceu na noite quarta-feira (13), e contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira autoridades, artistas; na ocasião, houve ainda o lançamento do Plano Municipal da Mata Atlântica do Rio de Janeiro”, falou.

De acordo com ela, São Sebastião já reuniu uma equipe técnica que deu início aos trabalhos referentes à elaboração do PMMA, porém, com as mesmas dificuldades que outros municípios apresentaram durante o evento. “ Sessenta municípios já elaboraram o seu PMMA e ainda restam mais de 3 mil municípios com Mata Atlântica para elaborarem. Nos próximos anos, esse será o principal instrumento de proteção do bioma”, falou.

Mar

Segundo Cíntia, uma das discussões do dia 14, levou ao público debates atuais sobre temas de grande relevância, como a situação das águas, dados inéditos sobre a Mata Atlântica, a poluição do mar e a importância das áreas naturais para a saúde e qualidade de vida nas cidades e contou com a presença de diversos especialistas que se dividiram em painéis de acordo com os temas. “No dia anterior, aconteceu o “Encontro dos Secretários de Meio Ambiente dos Estados da Mata Atlântica” que, pela primeira vez, debateu a situação da Mata Atlântica e metas para que se alcance o desmatamento zero no bioma. Reuniu representantes de Secretarias de Meio Ambiente de 14 Estados onde existem fragmentos da Mata Atlântica para discutir iniciativas para a preservação e seu uso sustentável através dos Planos Municipais”, lembrou.

A bióloga mencionou que mesmo sob a proteção oficial surgida após a aprovação da Lei da Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil continua tombando. Ela explicou que passado o primeiro impacto da aprovação da lei, o desmatamento voltou a crescer nos últimos anos. “O texto aprovado pelos secretários diz que foram 9% de aumento em 2013 e 29% em 2012. Números, considerados por eles, como vergonhosos e que atentam contra o interesse nacional e dos moradores dos Estados que representamos. Para o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica Mário Mantovani, a reunião foi importante para evitar que sejam ações isoladas e dar uniformidade a ações. Por exemplo, mais de 3,4 mil municípios estão mapeados e apesar da diversidade de partidos políticos envolvidos, o ambientalista salientou que a união dos governos estaduais é perfeitamente viável. Para ele, existem interesses em comum, como a restauração, a aplicação da Lei da Mata Atlântica e a biodiversidade, água. De acordo Montovani, o encontro foi ostart para começar a buscar essa agenda comum. A partir daí, acredita o ambientalista, que se poderá avançar em questões como, por exemplo, o incentivo aos municípios para que realizem seus Planos de Mata Atlântica”, frisou Cíntia Freitas.

Medina

Entre os destaques apontados pela bióloga dentro do Viva a Mata 2015, está o caminhão itinerante “A Mata Atlântica é aqui” e a presença do sebastianense Gabriel Medina, campeão mundial de surf, em uma mobilização especial na praia da Barra da Tijuca (RJ). “O caminhão passou duas vezes por São Sebastião e trouxe inúmeras atividades de educação ambiental com a participação de muitas escolas da região e visitantes e o Medina, no sábado (16), se uniu às diversas organizações em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, para pedir providências para melhoria da qualidade das águas e a limpeza das praias no Rio de Janeiro”, comentou.

De acordo com a bióloga, uma tenda foi montada próxima ao palco principal da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Surf e recolheu assinaturas em defesa de políticas eficientes de saneamento e despoluição. “O abaixo-assinado, ocorrido durante a competição, foi motivado pelo fato de que, mais uma vez, a organização do campeonato de Surf desistiu da praia de São Conrado devido às péssimas condições da qualidade da água. A mobilização foi uma reivindicação por um plano eficiente e transparente para melhorias na coleta, tratamento e destinação do esgoto que ainda chega às praias, afetando o ambiente, banhistas e outros usuários”, contou.

Ela explicou ser a água o elemento da natureza que melhor expressa os impactos do clima e evidencia como todos são diretamente afetados por ela. “Os impactos do desmatamento e da poluição nos atingem diariamente e podem ser sentidos desde a falta d’água ao preço dos alimentos ou de contas como de água e luz. A mitigação ou redução de riscos e desastres decorrentes da ocupação irregular das áreas de risco, que deveriam ser aquelas áreas de preservação permanente (APP) urbanas, localizadas em margens de rios principalmente, conservam ecossistemas e ambientes mais equilibrados e promovem impactos positivos em saúde pública e bem-estar das comunidades”, disse. “Infelizmente, essas áreas que devem ser preservadas para garantir segurança às populações e aumentar a resiliência das cidades, estão ameaçadas por mais retrocessos na legislação ambiental. A educação, junto com a informação, são essenciais para as comunidades. Os problemas ambientais que atingem uma região ou cidade, como supressão arbórea, resíduos urbanos e saneamento envolve, em grande parte, a falta de educação ambiental. Portanto, a importância dos seminários, workshops, oficinas e palestras com temas ambientais são relevantes. Você só pode gostar do que você conhece. É a base de tudo”, destacou.

Serviço: A Semam, por meio da bióloga, ministra palestras sobre conceitos e técnicas básicas de arborização urbana e Mata Atlântica. Os telefones para agendamento são (12)3892-1568 / 3892-6000, ramal 225.A

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