Carteiros entram em greve por falta de condições de trabalho





Categoria reclama que sistema de climatização não funciona há pelo menos dois meses e que há funcionários passando mal por conta da forte onda de calor


Mara Cirino
Os funcionários dos Correios de São Sebastião paralisaram suas atividades, nesta segunda-feira. O principal motivo é a falta de condições de trabalho. Segundo o Sindicato da categoria, os quatro ar-condicionados do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) estão com defeito e não têm condições de climatizar o galpão.
“Eles estão trabalhando em condições insalubres e a empresa sabe disso”, denuncia Marcelo Schimidt, diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares no Vale do Paraíba e Litoral Norte (Sintect-VP).
Ontem pela manhã os carteiros fizeram uma assembleia onde decidiram pela paralisação das atividades e entregaram uma Carta Aberta à população explicando este e outros motivos da decisão.
De acordo com Schimidt, com esta onda de calor, os funcionários passam o período da manhã no CDD fazendo a triagem, mas está impossível permanecer no local. “À tarde eles vão para as ruas, momento que o sol é ainda mais intenso e a umidade relativa do ar está baixa”, alerta e destaca a necessidade da inversão da ordem de serviço, ou seja, entregar as correspond~encias pela manhã e fazer a triagem à tarde. Dados do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) aponta que a temperatura máxima para esta segunda-feira, em São Sebastião, é de 35 graus com 5% de possibilidade de chuva. O Índice Ultravioleta (IUV) para o dia é 13, considerado Extremo.


São quase 40 carteiros e de acordo com o pessoal que esteve no ato realizado ontem, na semana passada pelo menos dois colegas passaram mal por conta do calor. “Os carteiros sofrem com a desidratação, a radiação solar, tonturas, mal estar e demais doenças causadas após um longo período de exposição ao sol”, diz o documento.
A informação é referendada por Marcelo Schimidt que destaca que “com a baixa, há um aumento no serviço, é mais tempo que eles precisam ficar naquele galpão e ainda há falta de funcionários”, conclui o diretor do sindicato.
Na Carta Aberta os trabalhadores destacam eu a cidade cresceu e a demanda dos Correios aumentou, mas que não houve novas divisões no Sistema de Distritamentos (SD), nem contratação e pessoal, o que gerou acúmulo e excesso de serviço. Atualmente, segundo os carteiros, são entregues em torno de 25 mil correspondências no município e que precisaria de pelo menos mais seis profissionais, um carro e duas motos.


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