Região central de São Sebastião vive sexta-feira caótica por conta de fila da balsa





Ambulantes aproveitam demora de embarque para oferecer seus produtos aos turistas
Cristiane Lopes


Muitos turistas adiantaram a viagem para o Litoral Norte, com o objetivo de passar a virada do ano na praia sem precisar passar horas na estrada. Os que escolheram Ilhabela para passar o primeiro segundo de 2014 tiveram de ter dose extra de paciência e tolerância ao calor. Aliás, não apenas os visitantes, mas moradores e pessoas que trabalham ou precisaram passar de carro pelo Centro da cidade ao longo da última sexta-feira, por algum motivo. Agentes de trânsito tentaram colocar um pouco de ordem ao trânsito caótico, provocado por uma imensa fila de veículos que se dirigiam ao terminal de balsas, no continente. Por volta das 8h30, o tempo estimado para travessia era de cerca de 1h30; oito horas depois, eram pelo menos quatro horas para embarcar em uma das quatro balsas em operação.


Para driblar o calor, muitos turistas sacaram bebidas dos carros, procuravam sombras nas calçadas ou apelavam para os ambulantes, que vendiam artigos diversos ao longo da fila. O publicitário Murilo de Paula, 31 anos, de São Bernardo do Campo, estava na Rua do Outeiro, e aguardava na travessia há duas horas e meia. “Não consegui vir antes, mas também não esperava um movimento desse pela manhã”, disse.
Já a gastrônoma Fernanda Tejada, 28 anos, de Piracicaba, se queixou da organização e sinalização. “Acho que faltou estruturar melhor a fila; eu mesma me perdi e acabei entrando onde não era para entrar”. “Tentei agendar o horário para atravessar, mas também não consegui e por isso estou aqui”, disse ela.
Um grupo de amigos de Piracicaba iniciou a viagem rumo a Ilhabela por volta das 7h de sexta-feira. “Já passa das 16h e ainda não conseguimos atravessar”, declarou o autônomo Renan Stenico, 24 anos. Ainda de acordo com ele, a falta de orientação fez com que alguns motoristas quase chegassem a brigar. “A gente mesmo presenciou duas confusões por conta de pessoas que cortaram a fila”. (O fato se concretizou tempos depois. Leia mais nesta edição). Já o encarregado se disse surpreso com a demora. “Se eu soubesse que estaria assim, nem teria vindo”, desabafou.


Por outro lado, vendedores ambulantes aproveitaram a fila para oferecer seus produtos aos turistas. Os artigos mais consumidores eram água, cerveja e sorvetes. Nesta época do ano, a vendedora Santaniele Sales, 28 anos, troca as sacolas de roupas por um carrinho de picolés. “Ajuda bem quando tem fila; as pessoas consomem mais”. Já para “Gilberto”, a quantidade de clientes em potencial não é sinônimo de venda garantida. “Já subi e desci a fila inúmeras vezes e vendi principalmente água e cerveja; só que a concorrência também é grande”. Ao longo da fila, era possível ver ambulantes tentando vender óculos de sol e até binóculos.
Ainda ontem à tarde, a Prefeitura de São Sebastião afirmou que pelo menos 16 agentes de trânsito operavam na região central para organizar e orientar o trânsito.


Foto: Jorge Mesquita/IL

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