Marinha manda Dersa cumprir normas de embarque de pedestres nas balsas





Comandante alertou que se as embarcações que estão em reforma não vierem adaptadas com separação para quem estiver a pé, elas não poderão ser utilizadas
Mara Cirino


Uma determinação antiga que até então não era cumprida pela empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) já é uma realidade nas balsas que fazem a travessia entre São Sebastião e Ilhabela. Agora, usuários que não estão nos carros e veículos devem ficar em uma área cercada durante todo o trajeto e só podem sair do ‘cercadinho’ depois da atracação do flutuante.
Desde o último sábado o novo sistema já é adotado em duas embarcações, inclusive com aviso via alto-falante e os funcionários orientando os usuários. A medida ocorreu após o comandante da Delegacia da Capitania dos Portos, capitão de fragata Alessandro Motta de Sousa, mandar aviso de que se a medida não fosse cumprida, as balsas que estavam em reforma e que ainda são esperadas para serem usadas durante a temporada de verão, correriam o risco de serem proibidas que circular entre os dois municípios.


Diante disso, uma faixa para veículos foi interditada, inicialmente,para a colocação de correntes de separação dos pedestres com os carros. “Isso se faz necessário porque o usuário a pé circula entre os carros e se ocorre alguma coisa pode ser o primeiro a se ferir”, alertou o comandante.
Diante da demanda do feriado e para obter mais vagas nas embarcações, esta semana a Dersa fez um novo sistema de cercado para os pedestres e ele deve perdurar até o final da temporada, quando deve voltar o isolamento inicial de pegar uma faixa para veículos.
Ainda segundo o comandante, o sistema de deixar o pedestre ficar na frente da balsa quando ela ainda nem atracou também é perigoso. “Eles ficam ali antes mesmo da amarração e se quando ela estiver encostando e acontece algum acidente, alguém se desequilibre e cai no mar. A responsabilidade é da empresa, mas pior que isso, é que pode ser um acidente grave”.
Para o morador de Ilhabela Gustavo Naves Ribeiro, 25 anos, esse esquema pode melhorar para os usuários. “Eu já ficava sentado nos bancos enquanto a balsa atravessava, mas era comum ficar lá na frente quando estava atracando. Agora a gente espera um pouquinho mais”.


Sem circulação
A medida de segurança também é válida para quem vai de veículo para uma cidade ou outra. A orientação é que as pessoas fiquem dentro de seus carros ou sobre a motocicleta até a parada da embarcação. “Há motoristas apressadinhos que antes mesmo da balsa encostar já está com o carro ligado e desengatado. O risco é grande do choque com o flutuante e esse carro ir para frente”, destacou o comandante.
Agora, aqueles momentos que, especialmente os turistas, gostam de tirar fotografias ao longo da travessia, deve se ater ao lado reservado para quem estáa pé. No fim de semana passado a reportagem acompanhou o funcionário do sistema de travessia usar o alto-falante para orientar um motorista a ficar dentro do carro ou no ‘cercadinho’.


De acordo o Dersa, os detalhes da separação entre passageiros e veículos nas balsas já foram acertadas com a Delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião, em reunião realizada em agosto. Conforme a empresa, nas embarcações de uso misto, automóveis e passageiros serão isolados por balaústres fixos, que já estão sendo instalados. “Os ferry-boats em reforma também retornarão com essa divisória”, diz a nota, completando que as três embarcações da travessia São Sebastião/Ilhabela que passam por reforma (FB-11, FB-18 e FB-20) devem retornar à frota nos próximos meses. O investimento nas reformas foi de R$ 10,5 milhões.


Foto: Mara Cirino/IL

Comentários