A cidade de São Sebastião foi o segundo município a receber a audiência participativa do projeto Litoral Sustentável – Desenvolvimento com Inclusão Social, com apoio da Petrobras, na noite de quarta-feira (30). Para oferecer uma maior oportunidade de participação, foram realizados dois encontros em locais diferentes, um no CRAS de Boiçucanga, e outro na Escola Municipal da Topolândia.
Representantes de entidades da sociedade civil organizada e moradores puderam conhecer a versão preliminar da agenda municipal de sustentabilidade de São Sebastião, que vem sendo desenvolvida dentro do projeto de forma conjunta com moradores e poder público.
A coordenadora da equipe de Urbanismo do Projeto Litoral Sustentável Danielle Klintowitz comentou que a ideia da agenda é pensar a possibilidade de traçar um futuro diferente daquele que está proposto atualmente. “De forma coletiva, vamos pensar qual é o papel de cada município dentro desse desenvolvimento que já se apresenta na região”, explicou.
De acordo com a coordenadora, o Litoral Sustentável tem a proposta de criar um observatório que terá como função dar continuidade e efetivar as propostas discutidas dentro das agendas. Entre os objetivos do Observatório do Projeto Litoral Sustentável estão a Elaboração da Metodologia de Monitoramento, Articulação e criação do Fórum de Acompanhamento do Observatório, capacitações específicas para a sociedade e gestores públicos, entre outros.
Conhecida por ser uma espécie de centro local do Litoral Norte, o município de São Sebastião tem uma grande atratividade para as pessoas que se deslocam, estudam e trabalham no local e também nas cidades vizinhas. Porém, um dos desafios é pensar como a cidade pode crescer de forma sustentável. Em São Sebastião existem 11% de áreas de monitoramento, sendo que 77% do município localiza-se em áreas de conservação.
Durante a audiência, os moradores puderam refletir sobre essas questões e também discutir as ações estratégicas para a finalização da agenda. Entre as preocupações dos moradores, o desenvolvimento precoce e não preparado é um dos pontos mais importante e que precisa ser repensado. Valorização dos povos indígenas, cultura caiçara, patrimônio histórico, valorização da pesca artesanal e falta de interesse da comunidade foram temas também observados.
Morador de São Sebastião há 42 anos, o representante do PSol na cidade, João Amorim, conhece bem a realidade do município e é um militante na busca do progresso. “Infelizmente, se não organizarmos a sociedade para fazer essa mudança, não vamos engatar esses debates e políticas públicas para que São Sebastião seja uma cidade modelo em todos os sentidos. Um local alegre, humano e acolhedor, porque riqueza nós temos, só precisamos saber administrar”.
Ele comenta que a São Sebastião teve uma ocupação desordenada e que ainda existem moradores que não foram acolhidos. “Isso trouxe um prejuízo enorme para essas pessoas. Isso tem que mudar, precisamos incluir a população, uma inclusão real e verdadeira. O empobrecimento maior hoje é a ausência dessa participação. A sociedade que eu acredito é aquela que se une para resolver os problemas”.
Quem não puder participar das audiências, o Litoral Sustentável recebe até o próximo dia 15 de novembro propostas para as Agendas de Desenvolvimento Sustentável Regional e Municipais, através do site do projeto: http://litoralsustentavel.org.br
Conheça os resumos executivos de cada município em:
http://litoralsustentavel.org.br/category/resumos-executivos/
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