População realiza manifestação contra traçado da obra na ciclovia no trecho da São João







População está descontente com a forma que estão sendo realizadas as obras no trecho
Thereza Felipelli


Nesta quarta-feira, às 18h30, a sociedade civil irá realizar uma manifestação no trecho de ciclovia em frente ao Colégio São João, na avenida de mesmo nome no Perequê, região central da cidade, para que a obra seja executada de forma adequada, de forma que não prejudique a faixa de areia e fauna da praia. O grupo pede que sejam feitos estudos de impacto ambientais e estudadas alternativas do seu traçado.
O vereador Onofre Sampaio (Pros), de Ilhabela, enviou um requerimento à Prefeitura no final de outubro pedindo informações sobre essas obras, que compreendem o trecho entre o Perequê e a Barra Velha, e que já foram alvo de requerimentos de outros vereadores, que dizem não ter tido nenhuma resposta até o presente momento. Segundo Sampaio – que afirma ter denunciado a situação do Ministério Público – tal obra “não atende anseios da cidade e estão aterrando a praia”.
O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do arquipélago, Luciano Bottino, afirma que a entidade está ciente da importância da construção de tal ciclovia, mas discorda plenamente com o traçado em construção. “A obra encontra-se em execução em terreno de uso coletivo (areia da praia) e confronta a Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988, Artigo 10”, informou ele, que acredita ainda que o Ministério Publico “deveria tomar as devidas providências para preservação do bem público coletivo e do respeito às leis vigentes”.


O que diz a Prefeitura
Questionada, a Prefeitura de Ilhabela informou que investe desde 2009 na ampliação da malha de ciclovia da cidade. Em maio de 2010, a população recebeu um trecho de 1,5km – da rotatória da balsa ao Fórum – dentro da obra de reurbanização da Avenida Princesa Isabel, na Barra Velha. Atualmente encontram-se em andamento as obras de extensão de ciclovia no trecho no Perequê.
Segundo o secretário de Obras e Infraestrutura, o engenheiro Flávio Miranda, todas as obras estão autorizadas pela Cetesb, Serviço do Patrimônio da União (SPU), Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O secretário informou ainda que foram realizadas três audiências públicas que trataram do tema ciclovia quando foi discutido todo o seu traçado.
O projeto conta com um passeio público em toda a sua extensão, ou seja, no caso do trecho da Avenida São João será devolvido à população o espaço das praias que anteriormente era tratado como “quintal” de algumas casas.
De acordo com ele, não se trata de aterro e sim “espigões quebra-mar”. O secretário explica que devido à mudança das correntes marítimas, a faixa de areia diminuiu bastante na Praia do Perequê, principalmente no trecho entre a Rua Irene Barbosa e a Rua Dois Coqueiros, por isso a Prefeitura instalou três “espigões quebra-mar”. “Trata-se de uma técnica construtiva semelhante a um píer de pedra que tem a finalidade de aumentar a faixa de areia na praia”, explicou.
Os pontos escolhidos para cada espigão foram definidos conforme o fluxo das correntes marítimas e o posicionamento das ruas que dão acesso à praia, ou seja, na altura Praça Elvira Storacci, na Rua Irene Barbosa e na Rua Dois Coqueiros.
O secretário de Obras explicou também que, além da implantação da ciclovia, a ideia é que o local, que sofreu o avanço do mar e que ficou esquecido por muitos anos, justamente volte a ser frequentado, o que já é visível e vem acontecendo na faixa de areia que aumentou.
Na praia onde há os espigões nota-se o reaparecimento de jundu, um conjunto de vegetação típica na areia da beira de praia, que há muitos anos não se via no local.
As atuais estruturas construídas para a ciclovia no trecho da Praia do Perequê, trecho da Avenida São João, seguem à risca as normas necessárias e têm o acompanhamento técnico de um profissional oceanógrafo.


Foto: Divulgação

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