Motivo da suspensão de cirurgia eletiva no hospital é cobrado na Câmara







Mara Cirino


O aposentado Claudir dos Santos, 56 anos, morador na Costa Sul de São Sebastião, precisa operar uma hérnia na virilha. Na última semana, seu sobrinho Márcio de Oliveira esteve no Hospital de Clínicas de São Sebastião para agendar o procedimento cirúrgico, mas foi informado que as marcações estão suspensas até janeiro.
Este é apenas um caso de pacientes que não conseguem agendar as chamadas cirurgias eletivas – que não são de urgência e emergência – em função de suspensão anunciada pelo Hospital de Clínicas de São Sebastião.
A questão foi tema do requerimento apresentado pelo vereador Professor Gleivison Gaspar (PMDB), na última sessão ordinária, onde ele pede mais informações sobre o motivo da interrupção nas marcações das consultas.
“Gostaria de saber de fato, o que ocorre. No primeiro semestre a desculpa foi o excesso de pacientes vindos de Caraguá em função do caos da saúde pelo qual passava o município vizinho. Mas e agora, qual o motivo?”, questionou.
Professor Gleivison lembrou, ainda, o aumento de repasse, da ordem de R$ 3 milhões, aprovado pelos parlamentares, para a unidade hospitalar e que ressaltou do projeto de lei de seu colega, vereador Marcos Fuly (PP) que sugeria a prestação de contas do hospital, mas foi retirado pelo autor por aguardar manifestação da administração municipal.
“Como presidente da Comissão de Saúde, eu fui procurado por usuários do SUS, os quais relataram a suspensão de agendamento de cirurgias no HCSS. Muitos se prepararam durante o ano para que tal procedimento ocorresse, adaptando trabalhos, estudos, viagens”, explica.
No caso de Claudir dos Santos, segundo a família, há cerca de oito meses a hérnia surgiu e desde então tem passado pelos exames solicitados pelo médico de Boiçucanga, sendo que só na última semana todos foram concluídos e feita a indicação para a cirurgia. “Ele está com muita dor, com risco de romper e não conseguimos marcar a cirurgia”, lamentou o sobrinho.
Em seu requerimento, o Professor Gleivison também pergunta se a interrupção é temporária para organização de agendas e de que forma a Câmara pode ajudar além de já ter aprovado no 1º semestre deste ano o aumento de repasse para o hospital.
Já o parlamentar Marcos Fuly disse que as cirurgias não foram desmarcadas, apenas não estão sendo agendadas. “Eu tenho a informação de que as cirurgias emergenciais estão sendo feitas e as cirurgias eletivas voltam a ocorrer no mês de janeiro, quando também serão feitos os mutirões do Projeto Expedições Científicas e Assistenciais (Peca) para atender os casos de cirurgias marcadas e aqueles que estão em atraso”, conta.
Ele relatou também que entrou em contato com o diretor técnico do hospital e foi informado que a medida de suspender novas cirurgias foi em função do aumento de demanda para casos de urgência por conta do final de ano e aumento da população na cidade, além do fato de alguns profissionais se programarem para viajar entre Natal e Réveillon.
Líder do prefeito Ernane Primazzi na Câmara, o parlamentar Luiz Antonio de Santana Barroso, o Coringa (PSD), reforçou ser de praxe essa suspensão por conta da demanda e que “essa explicação é pra quem não sabe”.
“Se fosse essa a única resposta, não seria tão difícil dar uma resposta ao meu ofício”, rebateu o Professor Gleivison.


Normalidade
Em nota emitida pela assessoria imprensa da Prefeitura de São Sebastião, a Administração reforça as informações dadas pelos vereadores da base e garante que só estão suspensos os agendamentos. “As cirurgias eletivas marcadas eletivas agendadas serão realizadas normalmente”.
Outro ponto destacado pela nota da prefeitura é que devido à suspensão dos serviços na unidade hospitalar de Caraguatatuba no mês de julho, houve atrasos nos procedimentos, o que pode ter afetado alguns pacientes.

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