Vereadores discutem problemas da cidade com alunos da Escola Nair Ferreira Neves







Alunos e parlamentares avaliaram situações adversas do município
Os vereadores que participaram do Projeto Câmara nas Escolas na manhã da última segunda-feira, puderam debater com cerca de 150 alunos do 3º aluno do Ensino Médio assuntos referentes ao município, como transporte público, royalties, educação e saúde.
Estiveram presentes, os vereadores Ernaninho, Professor Gleivison, Reinaldinho e Teimoso. O presidente Marcos Tenório não pode acompanhar toda a reunião, mas fez questão de estar presente para falar com os jovens. Também participou do evento, o ex- vereador Paulo Henrique, autor do projeto que deu origem a Lei que criou o Câmara nas Escolas.
O primeiro tema debatido foi relacionado à educação. Os estudantes questionaram, por exemplo, a falta de investimentos na infraestrutura dos prédios das escolas.
O vereador Reinaldinho reconheceu a falta de investimento, mas elogiou o corpo docente pelo esforço que faz para garantir uma educação de qualidade aos alunos.
O parlamentar Professor Gleivison também citou que “os professores do Estado são guerreiros”. “O índice de afastamento de professores por causa de doenças psicológicas é muito grande”, conta.
Os estudantes também questionaram porque a Prefeitura não utiliza parte dos recursos que recebe com os royalties que são repassados pela Petrobras em transporte gratuito aos alunos do ensino médio, citando uma viagem que precisou ser desmarcada por falta de ônibus.
O vereador Teimoso explicou que os valores que atualmente tem direito ao transporte gratuito os alunos das escolas municipais. “O Ensino Médio como é de responsabilidade do Estado ainda não tem esse benefício”.
Sobre a falta de cursos profissionalizantes, Teimoso também lembrou que na cidade existe uma unidade da Etec/ Fatec. “É importante que as vagas de trabalho que serão abertas com as obras do porto e da estrada sejam preenchidas por vocês”, disse.
O parlamentar também abordou as dúvidas referentes a obra do Contorno Sul, que vai atingir os moradores dos bairros do Jaraguá, Morro do Abrigo e Topolândia.
“Em São Sebastião existe uma grande dificuldade em encontrar área para colocar as famílias que serão desapropriadas dos seus imóveis. Por isso, estamos lutando para que o projeto seja alterado. No Morro do Abrigo, que é o bairro próximo de vocês, pedimos que fosse construído um túnel e não um viaduto, como está sendo proposto”, disse.
O parlamentar Ernaninho lembrou que recentemente ocorreu uma diminuição do valor do repasse dos royalties ao município e sobre as obras do contorno ele disse que os vereadores vão continuar dialogando com a Dersa.
“Já conseguimos mudar muita coisa no projeto, mas ainda falta. Existe um abaixo assinado no Morro do Abrigo para que a estrada não passe no bairro através de um viaduto, mas de um túnel. Existem pessoas que não querem assinar porque as suas casas não serão atingidas, mas é preciso pensar em todo mundo, por isso assinem o documento e nos ajudem nessa luta”, disse.
Um dos alunos ainda questionou o motivo de apenas uma empresa de ônibus ter a concessão do transporte público no município e a demora no atendimento no Hospital de Clínicas.
O vereador Reinaldinho explicou que a concessão foi dada por 15 anos, após um processo de licitação, onde a Ecobus apresentou o melhor preço. “Eu também não concordo”, afirma.
Sobre o atendimento no Hospital de Clínicas, o parlamentar contou que a instituição possui uma dívida grande e isso reflete no atendimento que oferece aos munícipes. “A situação ficou ainda mais grave quando os moradores de Caraguatatuba passaram a vir para São Sebastião”, disse.
Já o vereador Teimoso criticou a Prefeitura de Caraguatatuba por ter interrompido o repasse de recursos ao Hospital e causado o aumento da demanda no atendimento em São Sebastião.
“Está sendo criada uma fundação na saúde para resolver os problemas, a intenção é boa e torço para que dê certo”, conta o Professor Gleivison.
O presidente da Câmara, Marcos Tenório, ressaltou aos estudantes sobre a importância do voto. “Os jovens precisam ter essa consciência política na hora de votar nos seus representantes. Precisam estudar os seus candidatos, o passado deles e o que fizeram pelo município. São 10 minutos para votar e depois, se não escolher direito, mais 4 anos para se arrepender. A responsabilidade é de todos nós”, disse.
O vereador Ernaninho também falou o assunto. “Quando eu era adolescente, odiava política, mas descobri que virar as costas só servia para colocar lá pessoas que não me representavam”, disse.

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