Moradores cobram reconstrução de ponte em Maresias





Caminhão que provocou queda da estrutura pertence a ex-vereador
Helton Romano

Há mais de quatro meses os moradores da Rua Paquetá e adjacências aguardam a reconstrução de uma ponte que desabou no bairro de Maresias, Costa Sul da cidade. A estrutura veio abaixo no dia 7 de maio quando não suportou o peso de um caminhão carregado de areia.
A ponte, de 12 metros de comprimento, servia como um atalho para chegar ao sertão de Maresias e para quem pretendia acessar a rodovia, sentido Centro. A rua também era rota de ônibus escolar que precisou alterar o trajeto. “Dificultou bastante para a gente que antes tinha o ônibus passando na porta de casa e, agora, precisa levar as crianças até o ponto da avenida”, comenta a caseira Luciléia da Silva, 33 anos.
Sem a ponte, uma trilha foi aberta pelos próprios moradores sobre uma linha de oleoduto, paralela à rua, por onde ciclistas e motociclistas atravessam, com dificuldades, o córrego. É o que faz o motoboy Arion Cassiano, 19 anos. “A ponte nunca teve manutenção. Agora, vai saber quando vão construir outra”, reclama Cassiano.
O caminho para o trabalho ficou mais distante para o caseiro Marco Antonio Félix, 34 anos. “Esse problema quebrou as pernas da maioria aqui”, resume. A ambulante Eliana Marques, 48 anos, utilizava a ponte para ir ao mercado, padaria e igreja. “Ficou tudo mais longe”, confirma Eliana.

Divergências
Dois dias depois do acidente, a Prefeitura registrou um boletim de ocorrência na delegacia, acusando o responsável pelo caminhão de trafegar com peso acima do permitido sobre a ponte. Segundo divulgado na época, a estrutura suportaria até 10 toneladas e havia placa sinalizando o limite, porém, estava caída. A Prefeitura ainda informou, logo após o desabamento, que a reconstrução demandaria, no mínimo, 40 dias.
Ontem, ao ser questionada pelo Imprensa Livre, a Prefeitura assegurou que “o projeto da ponte já está elaborado e aguarda a chegada do material para execução”, mas não quis fixar um prazo. De acordo com a nota enviada à reportagem, “o seguro do responsável foi acionado e vai arcar com parte da obra”.
O proprietário do caminhão é o ex-vereador Maurício Silva que, na tarde de ontem, apresentou uma versão diferente. Segundo ele, não havia placa nenhuma no local. “Falei ao Pérsio (Mendes, secretário das Administrações Regionais) que o seguro não ia pagar por falta de sinalização. Mesmo assim, comprei oito tubos e mandei para a regional do Centro”, contou Maurício. “Acho que fiz mais do que minha obrigação”, completou. Segundo o ex-vereador, o material foi entregue há um mês.


Foto: Helton Romano/IL

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