São Sebastião tem o melhor IDH regional e aparece na posição 210 entre as cidades brasileiras





Acácio Gomes


Embora estejam acima da média brasileira (0,727), as cidades do Litoral Norte não conseguiram atingir o índice considerado ‘muito alto’ nos dados divulgados esta semanapelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Trata-se do chamado Atlas 2013 do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), cujo parâmetro vai de zero a um: quanto mais próximo de zero pior o desenvolvimento humano e quanto mais próximo de um, melhor. O IDHM considera indicadores de longevidade (saúde), renda eeducação e foi medido pela terceira vez.


As cidades do Litoral Norte não conseguiram figurar entre as 200 melhores cidades doBrasil para se viver. A melhor ranqueada no IDHM é a cidade de São Sebastião, que ocupou a 210ª posição. Vale lembrar que o município tem um orçamento que chega em 2013 a R$ 555 milhões e uma das maiores rendas per capita do Estado. São Sebastião chegou a um índice geral de 0,772. No Estado a cidade aparece 103º lugar.
Já na posição 383 no ranking brasileiro e 169 no Estado aparece o município de Caraguatatuba com índice de 0,759. Hoje, a cidade trabalha com um orçamento na ordem de R$ 412,5 milhões.


Bem perto de Caraguá e detentora do menor orçamento regional está Ilhabela, ou seja, R$ 154,8 milhões. O município, de acordo com o Pnud, apresenta um índice de 0,756 na posição 440 no Brasil e 188 no ranking estadual.
No fim da lista regional apareceu o município de Ubatuba com um IDHM de 0,751 e com um orçamento de R$ 233 milhões. A cidade apareceu na posição 526 no Brasil e 219 no Estado.
Vale ressaltar que os índices acima de 0,800 são considerados ‘muito altos’ e identificam cidades ideais para se viver.


Renda e longevidade
Levando-se em conta apenas o índice que avalia a renda do morador de cada uma das quatro cidades, São Sebastião aparece no topo da lista regional novamente, com um índice de 0,747.
Ubatuba ocupa a segunda colocação no Litoral Norte com índice de 0,741, seguida por Ilhabela com 0,739. Caraguá tem o pior desempenho entre os municípios com 0,735.


Ainda de acordo com o estudo do Pnud, na área da educação o destaque vai para Caraguá com o melhor índice, ou seja, 0,705. São Sebastião vem na sequência com 0,703, seguida por Ilhabela com 0,693. Ubatuba fecha a lista com IDHM de educação de 0,679.
Longevidade entre as melhores


O atlas do desenvolvimento humano apontou ainda o IDHM na questão longevidade. Neste critério, o Litoral Norte está entre as melhores regiões do Brasil para se viver e por isso todas as cidades apresentaram índices acima do 0,800, ou seja, muito alto.
São Sebastião lidera novamente a lista com 0,875, seguida por Caraguatatuba com 0,845, Ilhabela com 0,843 e Ubatuba com 0,841.


Políticos avaliam colocações dos municípios do Litoral Norte no IDH
Detentor do melhor índice regional, o prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), disse que os indicadores refletem o esforço em investir na qualidade de vida da população, especialmente nas áreas de educação e saúde. Para o prefeito, a evolução do IDHM de São Sebastião seria ainda maior se o município não passasse por uma fase de crescimento demográfico acelerado.


“Nossa população cresceu de 33.890 pessoas em 1991 para quase 74.000 em 2010. Esse crescimento evidentemente impacta as estruturas de atendimento social, a educação, a saúde, mas São Sebastião, que registra os melhores desempenhos em termos de geração de empregos formais, que prepara sua estrutura para dar tranquilidade ao investimento privado e que tem sabido superar atrasos notórios em áreas fundamentais, como a educação, está registrando uma evolução notável na qualidade de vida de sua população - e essa evolução tem tudo para continuar e se expandir por muitos anos”, destacou.
De acordo com a Prefeitura de São Sebastião, o município registrou avanço de 16,44% no IDHM entre os anos 2000 e 2010. “A evolução dos indicadores do IDHM ao longo dos anos em São Sebastião aponta para um crescimento constante: em 1991 o índice era de 0,520, atingindo 0,663 em 2000 e alcançando a marca de 0,772 em 2010”, cita.


Caraguá
O prefeito de Caraguatatuba, Antônio Carlos da Silva (PSDB), disse ontem que precisaria avaliar melhor os índices com sua equipe de governo para então se manifestar.
Já a Prefeitura de Caraguá, por meio da Assessoria de Imprensa, destacou os avanços dos índices, principalmente na área da educação, que foi o melhor da região com IDHM de 0,705.


Ilhabela
Em conversa com a reportagem, o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (MD), disse que os índices não são ruins, mas precisam ser melhorados. “Investimos muito em educação e vamos continuar investindo, assim como a saúde é uma prioridade. Porém, ressalto que administramos uma cidade como um todo e não apenas na questão dos critérios estabelecidos pelo estudo, no caso renda, longevidade e educação. Até 2020 teremos índices muito melhores”, avalia.


Ubatuba
Para a atual gestão, o índice registrado pelo município revela, principalmente e infelizmente, que entre 2000 e 2010 houve uma queda significativa da qualidade de vida do povo local. Mais do que a cidade apresentar o menor índice fixo entre os municípios vizinhos, é preciso observar como fora a evolução (ou regressão) dos aspectos medidos no IDH, como saúde, renda, expectativa de vida e educação.


Este índice divulgado recentemente aponta que entre 1991 e 2010, o Brasil saiu de uma escala de “muito baixo desenvolvimento humano”, para “alto desenvolvimento humano”. Se neste período de 20 anos e, principalmente, nos últimos 10 anos, o Brasil e o Estado de São Paulo evoluíram no sentido do desenvolver suas populações, Ubatuba esteve na contramão desta evolução, regredindo 10% a marca de seu índice.
Esse comparativo fica ainda mais fundamental para que se identifiquem problemas e possíveis soluções. Portanto, se Ubatuba regrediu entre 2000 e 2010, enquanto o Estado e o País evoluíram, fica claro que os principais problemas se deram nos modelos de gestões adotados pelas administrações municipais passadas e na captação de recursos, investimentos e apoio das esferas estadual e federal do poder.


A atual gestão ubatubense foi eleita por grande parte da população local, justamente, para governar de maneira diferente dos últimos anos, bem como ter mais acesso aos recursos do Estado e da União. Nesse sentido, já temos grandes conquistas, como médicos em todos os postos, transporte digno aos pacientes, atuação e obras nos bairros mais carentes, redução na passagem do ônibus, recursos estaduais e federais empenhados, e tantos outros destaques. Esta administração tem compromisso de tirar Ubatuba deste processo de regressão e, por isso, governa para quem mais precisa, como comprovou nosso último importante anúncio, de ligação de água em todo o bairro do Sesmaria. Em 7 meses, nossa gestão priorizou empenho e atenção sobre uma situação de décadas, onde milhares de pessoas vivem captando água da cachoeira com caninhos. Conseguir garantir o fornecimento de água tratada para um bairro (Sesmaria), com cerca de 2 mil moradores, é um exemplo de como iremos trabalhar para reverter esse quadro de regressão e garantir qualidade e desenvolvimento humano para todos os ubatubenses.

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