Prefeitura responde ação de despejo por falta de pagamento de imóvel alugado







Contrato de locação teria vencido em dezembro. No entanto, Prefeitura continuou ocupando o imóvel, mesmo sem renovar o contrato
A Prefeitura já não ocupa mais o imóvel onde estavam instalados diversos serviços, no bairro de Boiçucanga. A biblioteca foi a última sala a ser desativada. O prédio apresenta problemas estruturais, conforme o Imprensa Livre já havia relatado em reportagem publicada no mês de março.
A proprietária, porém, culpa a Prefeitura pelo estado precário e diz que ainda não foi comunicada sobre a entrega do imóvel. “Simplesmente, abandonaram o local e não deixaram nem as chaves”, conta a aposentada, que pediu para não ser identificada.


O contrato de locação teria vencido em dezembro. No entanto, a Prefeitura continuou ocupando o imóvel, mesmo sem renovar o contrato. De acordo com a proprietária, ainda não foram efetuados os pagamentos referentes aos sete meses deste ano. Em função disso, ela entrou com uma ação de despejo na Justiça.
Na tarde de ontem, a aposentada acompanhou a reportagem numa visita ao local. Rachaduras; telhas quebradas; vazamentos; madeiras soltas e apodrecidas; banheiros deteriorados; caixas de combate a incêndio sem mangueira; e entulho por toda parte. Desolada, a aposentada comentou: “Não cuidaram de nada. É de chorar o que fizeram”.
No salão que era ocupado pela Secretaria de Esportes ainda ficaram cerca de 30 troféus, um quadro de fotografias e carcaças de computador. Para andar pelo local é preciso desviar das inúmeras teias de aranha que agora são as novas inquilinas.
No prédio de dois andares, uma das escadas ficou pela metade. O elevador instalado no local está desativado. “Exigiram que meu marido fizesse por conta da acessibilidade. Ele gastou um dinheirão nisso”, lembra a proprietária.


A reportagem não conseguiu entrar nas salas usadas pelo cartório eleitoral e pela assessoria do secretário de Governo, Wagner Teixeira. As portas estavam trancadas e a proprietária diz não ter recebido as chaves. O advogado que representa a aposentada também lamenta o estado de abandono que foi deixado o imóvel. “Está totalmente deteriorado e nós vamos cobrar que a Prefeitura o entregue da maneira que recebeu”, afirma Gilto Avalone. “É um desrespeito com o cidadão”, considera o advogado.
Além dos serviços já citados, a área, de 2 mil metros quadrados, abrigava também uma unidade dos Correios e o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). Todos os serviços já estão funcionando em outros prédios do bairro. O imóvel estava locado à Prefeitura desde 2006. Questionada pela reportagem, a Prefeitura não se manifestou a respeito.


Foto: Helton Romano/IL

Comentários