Estrutura teria cedido após ônibus trafegar na passarela para pedestres
Helton Romano
A ponte que liga os bairros da Baleia e Barra do Sahy foi interditada para veículos na manhã de ontem. Segundo informou a Regional Costa Sul, parte da estrutura cedeu quando um ônibus da linha Boracéia-Cidade trafegou sobre a passarela para pedestres, que fica junto à ponte. O ônibus ficou com a roda presa no buraco e os passageiros precisaram aguardar a chegada de outro veículo para seguir viagem.
“O motorista conseguiu fazer uma manobra totalmente errada. Infelizmente, essa passagem de pedestre não é feita para aguentar pesos maiores. Ele deu sorte. Poderia ter tombado para dentro do rio e com consequências catastróficas”, publicou o diretor da Regional, Giovani dos Santos, em sua página no facebook.
O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira, mas ontem ainda foi possível trafegar pela ponte até às 11h. A Prefeitura diz que vai cobrar da Ecobus o ressarcimento das despesas com o conserto da ponte. O prazo para liberação do tráfego, porém, não foi informado. Questionada pela reportagem, a Ecobus não quis se manifestar a respeito.
A interdição irritou motoristas que eram obrigados a fazer o retorno. “É isso que dá fazer uma ponte vagabunda”, reclamou o autônomo Lenon Tavares, 40 anos.
Outros optaram em deixar o carro estacionado próximo à cabeceira e atravessar a pé. “Preciso ir buscar meus filhos na escola”, disse o zelador Antonio Oliveira, 31 anos.
É o que fez também o caseiro Juraci José de Souza, 58 anos, que mora na Baleia. “Vou pegar uma pessoas na Vila Sahy. O problema é que ela está machucada. Vai ser ruim vir a pé, mas para dar a volta por Cambury fica muito longe”, contou Souza. Muitos motoristas se queixaram da falta de avisos sobre a interdição da ponte.
Devido ao impedimento do tráfego, os ônibus do transporte coletivo que passam pela Baleia estão tendo que fazer o retorno por Cambury, estendendo o trajeto em, pelo menos, sete quilômetros. Já pedestres, ciclistas e motociclistas conseguem atravessar por um dos lados da ponte, mas requer cuidados para não pisar nos buracos.
Os problemas na estrutura de madeira já haviam sido relatados em reportagem publicada, há um mês, no Imprensa Livre. Ainda assim, a Prefeitura garantiu que “a ponte passa por manutenção, periodicamente”.
No final de 2009, a ponte chegou a ficar interditada durante 45 dias para que a estrutura fosse recuperada. O tráfego de caminhões e ônibus permaneceu impedido até julho do ano passado, quando a Prefeitura finalizou a substituição de todo o madeiramento e estrutura metálica. Em razão dos constantes problemas, a comunidade reivindica a construção de uma ponte de concreto, mas a Prefeitura diz que não há previsão.
Foto: Helton Romano/IL
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