Câmara aprova empréstimo de R$ 12,4 milhões para pavimentar ruas

Cinquenta e seis ruas ainda estão pendentes de outro empréstimo efetuado no ano passado
Helton Romano

Os vereadores deram o aval para que o município contrate um financiamento de R$ 12,4 milhões junto à Caixa Econômica Federal. Os recursos integram a segunda fase do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), desenvolvido pelo Governo Federal em todo o país. Segundo a Prefeitura, o montante vai servir para a pavimentação de 44 ruas nos bairros da Baleia, Barequeçaba, Barra do Sahy, Boiçucanga, Canto do Mar, Cigarras, Enseada e Jaraguá. A previsão para início das obras não foi divulgada.


Em março do ano passado, a Prefeitura já havia assumido um empréstimo de R$ 45 milhões para pavimentar outras 96 ruas. Apesar de o prazo para término das obras se encerrar na próxima quinta-feira, em 26 vias os trabalhos ainda não foram sequer iniciados.
É o caso, por exemplo, da Avenida Deble Luiza Derani, com três quilômetros de extensão, que contorna toda a orla da Baleia. “Só colocam placa, mas não fazem nada”, duvidou a faxineira Luciana Costa, 30 anos, que trabalha no bairro. Moradores de Barra do Sahy também aguardam a pavimentação prometida na Avenida Adelino Tavares, a principal do bairro. Na mesma situação está a Rua Maria Chulia de Jesus, em Boiçucanga.


Há ainda vias que acabaram não sendo pavimentadas em toda a sua extensão. Dos 600 metros da Rua Manganês, em Boiçucanga, apenas 100 metros receberam a melhoria. “Por que pavimentaram só uma parte? Não acho justo”, reclama a dona de casa Kelly Cristina Moreira, 37 anos.
A Prefeitura garante que as avenidas Deble Luiza Derani e Adelino Tavares serão pavimentadas após a implantação da rede de esgoto, cuja conclusão está prevista para semana que vem. O serviço foi executado em 40 ruas e está em andamento em outras 30. Para o prefeito Ernane Primazzi (PSC), sua Administração vem investindo “pesadamente na recuperação e preparação de infraestrutura para elevar o bem-estar da população”.

Urgente


O novo empréstimo foi aprovado, em regime de urgência especial, na sessão da última terça-feira. Esse mecanismo é usado para apressar o tramite do projeto, o que não agradou o vereador Gleivison Gaspar (PMDB). “Não entendo onde está a urgência. Aproveitaram para votar enquanto a população estava se manifestando nas ruas. Devia ser mais discutido”, opina Gleivison.
O vereador é contra mais um empréstimo e aponta uma série de obras que estão sendo executadas com verbas dos governos estadual e federal. “Gostaria de saber onde está sendo aplicado o dinheiro do município”, questiona.


Na votação, porém, Gleivison acabou permanecendo sentado, o que indica o voto favorável ao projeto. “Foi uma falha minha que estava completamente desligado na hora. Marquei toca”, reconhece. Ele diz que vai pedir uma retificação do seu voto na próxima sessão.
Ontem, a reportagem tentou contato com o vereador Coringa (PSD), líder do governo na Câmara, mas ele não atendeu e nem retornou a ligação. A Prefeitura não informou detalhes do financiamento, como o prazo para pagamento e a taxa de juros cobrada.


Foto: Helton Romano/IL