‘Água, Vida e Ocupação Urbana’ é tema de palestra na Câmara




‘Água, Vida e Ocupação Urbana’ é tema de palestra na Câmara

Dados oficiais mostram que 1 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável
Conscientizar para a importância de se preservar a qualidade das águas para consumo e orientar a população sobre formas de tratamento desse produto escasso principalmente em função do crescimento populacional e das ocupações urbanas. Esse será um dos objetivos da palestra “Água, Vida e Ocupação Urbana” que será apresentada pela chefe da Divisão de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Sebastião, Christiane Cruz, hoje, a partir das 10h, no plenário da Câmara Municipal de São Sebastião.


Em evento aberto ao público e funcionários municipais, a educadora ambiental vai procurar informar a situação enfrentada pelo município quanto aos recursos hídricos e volume de água disponível para consumo, bem como a qualidade da água, tão necessária para a preservação da vida no Planeta. Ao mesmo tempo, ela abordará os problemas das ocupações urbanas e como conviver, harmoniosamente, com esses contrastes, uma vez que o crescimento leva ao aumento de consumo de um produto em escassez.


A palestra integra a programação em alusão à Semana do Meio Ambiente, que também está frisando a necessidade de discussão dos temas, uma vez que 2013 foi considerado pela Unesco como o Ano Internacional de Cooperação pela Água, além de estarmos na Década Internacional para Ação: Água, Fonte de Vida”, referente ao período de 2005 a 2015, de acordo com resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas.


Segundo dados oficiais, a população mundial ultrapassa 7 bilhões de pessoas. Desse total, 1 bilhão não tem acesso a água potável e somente 1% do volume de água potável é apropriado para consumo. Em 2025, a escassez de água atingirá 4 bilhões de pessoas, ou seja, duas em cada três pessoas vão sofrer com escassez, poluição e conflitos de uso da água. Por esses motivos, é primordial fortalecer a cooperação internacional pela água e abrir caminho para os objetivos de desenvolvimento sustentável atendendo as necessidades das sociedades, explicou a engenheira sanitária Denise Formaggia, integrante do Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (CBH-LN).


Em palestra realizada no Teatro Municipal pela Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Sebastião, no último dia 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, Formaggia também apresentou um quadro que mostra a situação dos municípios do Litoral Norte em relação aos sistemas alternativos de abastecimento de água que não contam com os serviços da Sabesp,


Desafios
Segundo os dados, são registradas 406 soluções alternativas nos quatro municípios do Litoral Norte. Dessas, 387 (95%) sem tratamento, o que equivale, no total, ao atendimento de 13.885 imóveis e uma população estimada em 63.442 pessoas. O maior número é em Ubatuba: 179 soluções alternativas, das quais 173 (97%) sem tratamento equivalente a 7.328 imóveis e estimativa de 37.247 pessoas. Em segundo lugar vem São Sebastião com 114 sistemas alternativos, sendo 106 (93%) sem tratamento. Isso equivale a abastecimento de 2.994 imóveis e 13.210 pessoas atendidas.


Ilhabela segue a lista com 75 soluções alternativas, sendo 74 delas (99%) sem tratamento atendendo 1.767 imóveis e 6.627 pessoas. Já, Caraguatatuba conta com 38 soluções alternativas, das quais 34 (89%) sem tratamento, o que equivale ao atendimento de 1.796 imóveis e 6.358 pessoas, de acordo com dados apresentados pela engenheira sanitarista. Segundo Formaggia, “preservar e recuperar nosso patrimônio hídrico é um dos maiores desafios que temos a enfrentar face ao novo ciclo de desenvolvimento regional. Uma das ferramentas para atingir esse objetivo denomina-se conscientização, que se adquire por meio de conhecimento, experiências e fraternidade compartilhados entre os cidadãos e uma sociedade”, frisou.


Durante o evento, o engenheiro sanitarista Fábio Godóy, integrante da Secretaria do Meio Ambiente, falou sobre uso e reuso da água, além dos sistemas de tratamento de água e esgoto.Já, o engenheiro agrônomo Fernando Parodi, chefe da Divisão de Recursos Hídricos da secretaria e integrante do CBH-LN, abordou o trabalho realizado pelo comitê e citou dados importantes da região que conta com 34 sub-bacias hidrográficas equivalentes a uma área de 1.956 km², sendo que 80% em área de conservação.


Parodi lembrou que o Litoral Norte possui hoje 290.429 habitantes sendo que 97,48% da população em área urbana, número que tende a aumentar, uma vez que a região apresenta crescimento anual de 1,62%.
Como conciliar esses problemas e obter a participação da comunidade no processo para melhorar a qualidade das águas e do meio ambiente será o tema principal da exposição de hoje, da educadora ambiental, Christiane Cruz, no plenário da Câmara Municipal.


Foto: CMSS

Comentários