Taxistas fazem carreata em protesto contra transporte alternativo em supermercados







Taxistas percorreram as ruas da região central para divulgar manifesto
Mara Cirino


Taxistas quem trabalham na região central de São Sebastião realizaram ontem um protesto pelas principais ruas e avenidas da cidade. Em carreata, distribuíram um manifesto à população mostrando o motivo da indignação. Eles cobram da prefeitura medidas contra o uso de carros particulares no transporte de passageiros. A ação é registrada, em especial, em alguns supermercados da cidade.
Lucimar Martins Nogueira, o Tinho, 40 anos, dos quais 15 como taxista, relata que há um desrespeito com essas ações. “O transporte em carro particular é proibido e não há fiscalização”, denuncia.


Segundo ele, a situação piorou na última semana quando o Supermercado Garça passou a oferecer o serviço, ou seja, o cliente tem a opção de fazer sua compra e levá-la para casa, pagando a taxa que varia de acordo com a distância.
“Há mais de seis anos o supermercado Semar vem tendo essa atitude e nunca se resolve a agora mais um começou a transportar passageiros”, reclama Tinho.
Para ele, é complicado pagar impostos, fiscalização, aferição do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e ter concorrência que classifica como desleal. “Viemos aqui pedir que a prefeitura tome alguma providência”.
Tarcísio Aparecido Sales, 74 anos, é atualmente o taxista mais antigo da cidade. Orgulhoso, ele faz questão de mostrar o primeiro alvará que recebeu no dia 17 de maio de 1957. “Trabalho 24 horas por dia, estou com o celular sempre ligado para quando o cliente ligar precisando de táxi e não concordo com o que vem ocorrendo na cidade”.


Eles atentam ainda que para conduzir táxi é necessária licença tipo D e para veículos particulares basta a B. “Nós temos nossa responsabilidade para conduzir passageiros e aqui no município essa função é atribuída a taxistas e transporte coletivo”, diz Tinho.
Ontem, após a carreata seguir até a frente da Prefeitura de São Sebastião, eles foram recepcionados pelo chefe de gabinete Sérgio Félix que explicou que, devido à ausência do prefeito Ernane Primazzi, que estava em viagem, foi agendada uma reunião para amanhã, às 9h. Atualmente, conforme os taxistas, são 76 profissionais que atuam no município. A prefeitura aponta que há 64 autorizações já preenchidas para 24 pontos de táxi regularizado.


Autorização
O gerente do Supermercado Garça, Antonio Carlos da Silva, o Bigode, disse estar tranquilo com a ação porque o rapaz que presta o serviço de entrega para o estabelecimento apresentou documentação de registro junto à Receita Federal e com alvará da prefeitura onde consta que pode fazer transporte de cargas, escolar e coleta de passageiro. “Está tudo aqui documentado, por isso não tenho motivo para me preocupar ou achar que estamos fazendo algo errado”.


Ainda conforme o gerente, havia uma cobrança por parte de seus clientes e muitos ia para outro estabelecimento justamente porque não oferecia esse serviço de entrega. “A comodidade é maior quando a pessoa pode ir junta porque não corre o risco do entregador chegar ao endereço e não encontrar ninguém em casa”.
Ele destacou, ainda, a dificuldade de encontrar taxista no ponto na hora que seu cliente mais precisa. “Se ele tem de ir embora e não tem taxia, fica mais complicado”.
Já o gerente do Supermercado Semar, Cléber Alves, disse que não estava autorizado a falar e apenas confirmou que trabalha com carros que possuem alvará e tem empresa legalizada.


Foto: Mara Cirino/IL

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