Pescadores reunidos no Recanto Batuíra
Helton Romano
Cerca de 70 pessoas participaram da reunião, promovida pela Colônia de Pesca, no bairro do São Francisco, em São Sebastião. O assunto não poderia ser outro, senão o vazamento de óleo no Canal de São Sebastião. A maior parte do evento foi usada por representantes da Liga Brasil de Responsabilidade Socioambiental (Libres), uma entidade, com sede em Curitiba, que se propõe a atuar em gestão de conflitos em comunidades tradicionais.
Os pescadores foram conclamados a mover ação judicial contra a Transpetro, cobrando indenizações pelos danos causados. “Vocês devem lutar pelos seus direitos. Vamos acordar”, bradou Luis Rosário, um dos representantes da Libres. Eles citaram a atuação da entidade em vazamentos ocorridos em outras cidades, e ironizaram o volume de óleo divulgado pela Transpetro. “O ideal seria que proibissem a pesca na região. Seria uma prova robusta, para uma ação gigantesca, de que o óleo afetou”, declarou Orestes Woestehoff.
O engenheiro agrícola Evandro Sebastiani, do Departamento de Pesca da Prefeitura, orientou os pescadores a fazer registro dos materiais de pesca danificados pelo óleo. Isto porque, em contato com a colônia, a Transpetro teria se comprometido a ressarcir os pescadores, “imediatamente”.
Para Sebastiani, os maiores prejuízos devem ser sentidos a longo prazo. “Estamos numa época de defeso do camarão, quando os estoques são renovados. O impacto pode ser sentido meses depois”, afirmou. Ele também aponta a consequência da repercussão negativa do fato, amplamente noticiado pela mídia. “Quem vai querer comprar pescado de uma cidade que foi contaminada?”, indaga o engenheiro.
Uma nova reunião foi agendada para sábado, às 14h, no mesmo local. Estão sendo esperadas as presenças de representantes do Ministério da Pesca e da Transpetro.
Foto: Jorge Mesquita/IL
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