Moradores da Enseada temem aumento de casos de dengue por conta de condições da rua Olavo Bilac





Segundo levantamento feito por eles, ao menos cinco pessoas contraíram dengue recentemente na mesma rua
Cristiane Lopes


Moradores da rua Olavo Bilac, no bairro da Enseada, na Costa Norte de São Sebastião, estão preocupados com a quantidade de água empoçada, lixo e mato alto em terrenos particulares da referida via. Eles relatam o aumento da população de pernilongos, ratos e até o aparecimento de cobras no local. Os problemas são apontados por eles como as causas para o registro de casos de dengue entre os vizinhos. “Sabemos de, pelo menos uns cinco confirmados, apenas nesta rua”, conta a pensionista Vilma Costa Machado Scian, 60 anos, cuja filha, bancária, de 32 anos, e a neta, de 14 anos, encontravam-se acamadas por causa da doença, na última semana. “Aqui em frente, há quatro terrenos particulares simplesmente abandonados. Os donos são de fora e não fazem a manutenção. A situação está um horror. Isso aqui parece uma floresta”, desabafa Vilma.


O filho de Emília Bueno, 45 anos, um adolescente de 17 anos, também está doente e aguarda o resultado de exame para a confirmação se tem ou não dengue. Ela apresenta o outro problema vivido pelos moradores. “É muita água empoçada na rua que não tem para onde escoar. Basta chover um pouco e a situação se complica. Temos dificuldades até para sair de casa”. Ela também se queixa do mato alto. “A gente cuida da nossa casa, eliminando água parada dos pratinhos de planta, de tudo quanto é lugar; depois sai na rua e se depara com uma situação dessas. De que adianta?”, questiona.
Já a preocupação maior de Sandra Santos, 54, é com a mãe. “Ela tem 76 anos e sofre de diabetes; tenho receio que ela adquira a doença por conta dessa situação de abandono na rua”. Ainda de acordo com Sandra, os moradores já encontraram cobra no local e há suspeita de que a água suja tenha provocado outros problemas de saúde na vizinhança.


Djalma da Cunha Ferraz, 74 anos, aposentado, diz que é quase impossível manter a janela aberta durante a noite por causa da quantidade de insetos e do mau cheiro. “É um problema de longa data. A água da chuva também se mistura a de esgoto, inclusive de outras ruas, e se acumula aqui. Por conta desse matagal, o povo acaba jogando lixo também. Nos dias mais quentes, o cheiro de coisa podre, misturado ao da água suja, fica insuportável. Se você não fecha a janela, não consegue nem dormir”, relata.


Denúncias
Em contato com a Prefeitura de São Sebastião, foi informado que o setor de fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente possui equipes para atender esse tipo de demanda. Por esse motivo, é importante que os moradores colaborem e denunciem situações irregulares ou que gerem riscos à comunidade. O telefone de contato é 0800-770-0776 e funciona inclusive, aos finais de semana. Nesse caso específico, é preciso que o morador entre em contato com a equipe, para fornecer mais detalhes e contribuir resolver a situação em definitivo. “Toda pessoa que faz uma denúncia formal ainda recebe um protocolo, pelo qual poderá acompanhar o andamento das ações”, diz o texto da assessoria.


Quando o fiscal vistoria o local, além de verificar as condições, ele faz o levantamento no sistema para saber quem é o responsável legal pela área. A pessoa, mesmo fora da cidade, será notificada e terá o prazo de 30 dias para resolver a situação, sob pena de multa. A prefeitura só pode agir em área particular, após essas tentativas e a aplicação de multa.


Entre as obrigatoriedades apontadas nessa notificação, está a capina, limpeza em geral, a implantação de calçadas e até o fechamento, no caso das áreas abertas.
A prefeitura sebastianense também reforçou que as equipes de dengue já realizam automaticamente atividades de bloqueio, em locais onde residem pessoas que foram atingidas pela doença. Sobre a ocorrência de poças de água, agentes da Casa da Dengue também deverão vistoriar o local nesta semana. Denúncias sobre locais com grande potencial de criadouros podem também ser feitas pelo telefone: (12)3891-3423.


Foto: Jorge Mesquita/ IL

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