Moradores da Costa Sul reclamam da qualidade dos serviços da Ecobus




Atrasos, falta de horários, tarifa alta e não cumprimento de itinerários são alguns problemas apontados pelos usuários

Thereza Felipelli

Moradores da Costa Sul de São Sebastião estão questionando a qualidade da prestação de serviços pela Ecobus, responsável pelo transporte coletivo no município.
Na quinta-feira passada, Eliana Oliveira, 30 anos, moradora de Barra do Una, tinha que ir ao Centro e, na noite anterior, olhou os horários de ônibus no site da empresa. “Encontrei um horário que era perfeito pra mim, ele entrava aqui em Barra do Una e passava em frente à escola onde trabalho, porém o ônibus simplesmente não passou. Fiquei aqui esperando e nada, liguei, reclamei e tive que ir até a rodovia esperar por mais 40 minutos por um ônibus”, conta. “Como se não bastasse, na volta, estava na rodoviária para pegar o horário das 15h40 e o ônibus não apareceu”, continua Eliana. Segundo ela, havia cerca de 80 pessoas esperando, além dela, para ir para a Costa Sul, que começaram a telefonar para a empresa, até que o ônibus chegou. “Saímos com 50 minutos de atraso, imagina se não tivesse uma pressão. Nós aqui da costa sofremos muito dependendo do transporte público de São Sebastião”, desabafa.
Em nota de esclarecimento, a Ecobus informa que, após receber a ligação de Eliana, a empresa identificou e puniu o motorista que não executou o itinerário correto da manhã. Com relação ao período da tarde, a empresa diz que o atraso ocorrido no horário do ônibus de 15h40 deveu-se a um problema mecânico no veículo que faria o trajeto.

Itinerário incerto?

“Quantas vezes já escutei o motorista perguntando: alguém vai descer em Paúba ou Juquehy? Caso não haja, o motorista segue pela rodovia mesmo! E Barra do Una?”, pergunta Carolina Braz, moradora deste último bairro esquecido pelo condutor do ônibus. “Para eles não é um bairro, mas uma aldeia autossuficiente”, alfineta.
“Os motoristas fazem o itinerário que bem entendem, inclusive nos últimos horários, os noturnos, justamente aqueles que as pessoas mais precisam. E quando a gente telefona para a empresa, os próprios fiscais dizem: “tem tal horário, mas não sei se vai ter mesmo, depende do motorista. Como assim?” questiona outra moradora da Costa Sul.

Tarifa

Um morador de Barra do Una, Silvão Braz, levanta outro problema. “É um absurdo pagar R$ 3,80 para ir de Barra do Una à Juquehy, ainda mais porque a maioria que usa é para trabalhar”, reclama ele, que há 12 anos vai e volta de Boiçucanga no mínimo seis dias por semana.

Enquanto isso em Juquehy

Um morador de Juquehy, que preferiu não se identificar, conta que costuma pegar os horários que entram em seu bairro por morar longe da rodovia. Também segundo ele, alguns motoristas simplesmente não fazem o devido itinerário. “Alguns não entram no bairro com a alegação de que as ruas estão cheias de carros, o que dificulta a circulação e a realização de manobras. O problema não é meu. A empresa que dê o seu jeito e atenda, com respeito, aos usuários”, pede.
Uma possível razão para alguns ônibus não entrarem em certos locais seria a péssima condição de algumas ruas, que estão praticamente intransitáveis, como a Avenida Mãe Bernarda e a Estrada da Fazenda.
O morador diz que já sugeriu à empresa a inclusão de horários para atender quem reside no interior do bairro de Juquehy, principalmente entre às 6h30 e 8h30. “Nesse intervalo não passa um ônibus em direção à cidade por dentro do bairro. Somos obrigados ir até a rodovia. O ruim é quando está chovendo”, complementa.

Com a palavra, a Ecobus

Questionada, a Ecobus declara que o ônibus é um transporte coletivo, portanto, deve atender a maioria da população e não apenas uma pessoa. Sempre que há sugestão de um novo itinerário, a empresa faz um estudo para verificar a viabilidade para não prejudicar os demais.
O fato de não entrar em Juquehy a empresa explica dizendo que é impossível transitar na Avenida Mãe Bernarda, principal via do bairro, durante a temporada, porque veículos estacionam dos dois lados da via. Além disso, caçambas de entulhos também disputam espaço com os carros. A Ecobus informa que esse problema já foi repassado à prefeitura. Também foi divulgado um comunicado na mídia solicitando que os turistas do bairro fiquem atentos a esse problema. Esse ano, a prefeitura fez uma parceria com os condomínios para que não fossem colocadas as caçambas nas ruas e o problema foi minimizado. “Não existe outra razão para que o ônibus não circule eventualmente por esse bairro a não ser para evitar um estrangulamento no trânsito e maior atraso da linha para os passageiros, inclusive dos outros bairros”, informa a Ecobus. “A Ecobus está ciente do problema, mas também já acionou as autoridades para as providências cabíveis. Lembrando que essa situação é eventual”, finaliza a empresa.

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Telefone para a empresa: (12) 3891-3510 ou 3865-3271.
 

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