Atendimento de médicos estrangeiros do programa “Mais Médicos” é aprovado pela população







Luciano Vieira e Ricardo Faustino | PMSS

Mesmo em adaptação com o idioma pacientes avaliam positivamente atendimento de médicos estrangeiros

O sotaque é característico de quem está há pouco tempo no Brasil, e quem chega a uma das cinco unidades de saúde de São Sebastião contempladas com médicos estrangeiros do programa “Mais Médicos” logo identifica algumas diferenças no modo de atendimento.

Na unidade de Juquehy, onde está o cubano Odelmis Alvarez Rivero, a primeira paciente a passar pelo atendimento foi a moradora Luciana Domingas Teles, 43 anos, que ficou muito satisfeita. “Vim solicitar uma receita de insulina e um aparelho de glicemia para a minha mãe, que é diabética e está muito debilitada. Achei o atendimento muito bom,porque ele procura saber o real quadro clínico do paciente. Também gostei da maneira como o médico fala porque usa uma linguagem fácil”, avalia Luciana.

Para o gerente da unidade de Cambury, João Rodrigos, a chegada da argentina Monica Cristina Aguirre, 46, veio para somar e, de certa forma, facilitou a organização quanto aos atendimentos na unidade.

“A partir de agora a população pode contar com um médico efetivo e de referência, de segunda a quinta-feira e em período integral”, informou.

Para a moradora Jéssica Gomes criar este vínculo de saber quem é o médico que fará o atendimento todos os dias deixa o paciente mais confiante. “Para nós é muito melhor quando o médico nos conhece e sabe como está o nosso quadro de saúde. Assim, sem dúvida, até para o paciente fica muito mais fácil de enfrentar as doenças e buscar o tratamento correto”, disse.

Na Topolândia a dona de casa Maria das Graças Ribeiro, 50 anos, saiu do consultório satisfeita com o atendimento do também cubano Pedro Henrique Nunes. “A forma dele falar ainda é um pouco estranha, mas a atenção e paciência em nos ouvir é muito diferente dos próprios brasileiros. Gostei bastante”, avaliou.

Médicos satisfeitos

Especialista em medicina familiar, Odelmis Alvarez Rivero, 37 anos, está atuando na costa sul, em Juquehy, e conta que nunca esteve em terras brasileiras antes do programa. “Lá em Cuba conhecemos o Brasil como um dos países com mais desigualdades sociais do mundo, onde há muita riqueza natural e uma população carente”, fala. “Espero contribuir para a saúde dos brasileiros diminuindo a incidência de certas doenças e orientá-los bem quanto às atividades de promoção e/ou educativas dentro e fora da unidade de saúde”, enfatizou.

Questionado sobre possíveis dificuldades em relação ao atendimento, ele acha que num primeiro momento poderá encontrar obstáculos inerentes ao idioma. “Mas depois de uns meses ficará mais fácil”, acredita Rivero.

Com uma carreira consolidada e 21 anos de profissão, a pediatra argentina Monica Cristina Aguirre fazia atendimentos em pacientes de terapia intensiva, emergências e postos de saúde.

Em São Sebastião há dois meses, está atendendo na unidade de Cambury e, segundo ela, a expectativa é ficar no litoral e exercer a profissão. “Espero com a minha experiência trazer conforto e segurança à comunidade da Costa Sul”, disse.

Na região central, os bairros Topolândia e Barequeçaba também contam com três profissionais recém chegados de Cuba e que iniciaram há pelo menos 10 dias os atendimentos.

Especialista em clínica médica, Yanelis Licca Sondran, 34 anos, chegou ao Centro de Saúde no início da semana passada e desde então começou a se habituar aos pacientes e a entender um pouco mais o sistema de saúde sebastianense. “Esta é, sem dúvida, uma experiência muito boa. Percebemos que a UBS aqui é grande, com muitos pacientes e certamente vamos conseguir ajudar bastante gente”, destacou.

O clínico geral Pedro Henriques Nunes, 41 anos, também se disse muito satisfeito com a escolha de São Sebastião para abrigá-lo. “Nós somos especialistas em atenção primária em saúde, já atuamos em outros países e tenho certeza de que em São Sebastião poderemos ajudar e muito o atendimento da população”, ressaltou.

Já quem chega à unidade de Barequeçaba em busca de atendimento logo encontra uma simpática médica, Mildrey Baldemira, 30 anos.

“Para nós está é uma experiência única e bastante produtiva. Não estou encontrando muita dificuldade tendo em vista, inclusive, que muitas das queixas de pacientes que chegam até aqui são as mesmas que encontrávamos lá em Cuba”, finalizou.

(CC, RS, JC/VM)

Fonte: Depto de Comunicação

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