Deficiente físico fala da dificuldade em transitar pelas calçadas da região central do município









Bicicletas estacionadas em esquina impede acesso a trecho de guia rebaixada

Fábio Campos, morador do bairro Canto do Mar, na Costa Norte de São Sebastião, 41 anos, tem mobilidade reduzida e necessita de muletas para se movimentar.

Ele relata a dificuldade em transitar por algumas calçadas da região central de São Sebastião, especialmente as vias que ainda não passaram por revitalização e também aquelas que dão acesso às agências bancárias da Avenida Guarda-Mor Lobo Viana. “As calçadas do Centro estão, na maioria, bloqueadas, pois as pessoas prendem as bicicletas nos postes e não deixam espaço para os cadeirantes, ou quem utiliza muletas”, denuncia.

O problema maior, ressalta, está entre os cruzamentos da Avenida Guarda-Mor Lobo Viana com as ruas Deodoro da Fonseca (a da padaria) e Armando Salles (da agência Santander). “As pessoas colocam as bicicletas na calçada e isso é, no mínimo, uma falta de respeito com os deficientes físicos”, afirma.

Pessoas que moram próximas ao Centro preferem se deslocar até o trabalho, banco, ou supermercado de bicicleta, por considerarem uma forma barata e rápida para se locomover.

A situação revela a demanda por bicicletários públicos na região próxima aos bancos. Duas agências bancárias chegam a dispor do equipamento, nas ruas Mansuetto Pierotti e Duque de Caxias. Há também um equipamento de um supermercado, que atende os trabalhadores do local, clientes do estabelecimento e pessoas que trabalham ou precisam resolver algum compromisso naquele trecho da avenida, esse é o mais concorrido, justamente por conta de sua localização.

Um outro centro de compras na Duque de Caxias também dispõe do equipamento, mas encontra-se distante do local de maior circulação de pessoas, assim como o da Igreja Matriz.

Além desses bicicletários, os ciclistas utilizam postes, suportes de semáforos e de placas de sinalização, grades, entre outros para estacionar as bicicletas, o que por vezes atrapalha o passeio público. No momento flagrado pela reportagem em um dos trechos citados por Fábio revelava que as bicicletas impediam o acesso à guia rebaixada.

“Os postes que estão no meio da calçada como o que fica em frente ao Bradesco. O jardim deles também ocupa quase todo o espaço e é difícil para passar”, completa.




Retirada e acessibilidade

De acordo com a Divisão de Trânsito a orientação é para que os ciclistas não estacionem suas bicicletas em local não permitido, procurando o bicicletário mais próximo. Em caso de obstrução da passagem a mesma poderá ser retirada.

Sobre a demanda por bicicletários públicos, a Prefeitura de São Sebastião informou por meio de sua assessoria de imprensa que “se for necessário, o projeto de revitalização da região central pode prever a instalação desses equipamentos”.

Ainda de acordo com a assessoria o projeto prevê ainda a retirada de postes das calçadas do Centro Histórico para passar fiação subterrânea, o que deve refletir em mais espaço para ampliação de calçadas e implantação de rampas de acessos nas esquinas. A intervenção já atingiu algumas ruas do centro, tais como Sebastião Silvestre Neves, Antônio Argino, Três Bandeirantes, Expedicionários Brasileiros, São Gonçalo, Marechal Deodoro da Fonseca, Capitão Luís Soares e General Osório.

No mês de novembro do ano passado, o prefeito Ernane Primazzi se reuniu com representantes comerciais da rua Duque de Caxias e, na ocasião decidiu adiar a obra de troca de pavimentação para o dia 6 de janeiro. “Temos que começar impreterivelmente no dia 6 de janeiro e precisamos contar com o apoio de vocês. Todos vão ter de ceder um pouco, mas o resultado vai valer o esforço”, garantiu o prefeito na ocasião. Na mesma reunião de novembro foi dada também previsão para o início da retirada dos postes: maio deste ano. A obra na Duque de Caxias será retomada amanhã. (C.L)




Foto: Jessyca Biazini/IL

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