Trânsito na região Central deve passar por mudanças em breve, afirma Prefeitura






Comerciantes reclamam da falta de movimento no Centro Histórico
Cristiane Lopes


O primeiro assunto a ser discutido na reunião com comerciantes, promovida pela Câmara de São Sebastião na última semana, foi a mobilidade urbana.
O secretário de Segurança Pública, Ewandro Góes apresentou parte de um estudo promovido pela pasta com a participação de outros setores da administração municipal e também do Governo do Estado, por meio da Dersa.
“As principais causas da lentidão no trânsito em São Sebastião são: legislação, transporte público, dimensionamento de vias, temporada e feriados, capacidade de veículos na rodovia, manutenção das empresas, veículos com destino à Ilhabela, falta de estacionamento na região central e tráfego de caminhões. Cada tópico deste é fruto de um estudo e nós vamos propor algumas soluções. Em relação ao tráfego de caminhões em qualquer horário, por exemplo. Pretendemos dimensionar o tamanho de caminhões para carga e descarga na região central; o tamanho do caminhão e também ver a questão do porto. A minuta deve ser entregue ao prefeito Ernane Primazzi para análise na próxima semana ou na outra”, disse. Ainda de acordo com Góes, “em três anos, a situação será muito pior. Há necessidade de agirmos, ainda que sejam ações antipáticas”. Ele ressaltou que as mudanças também devem levar em conta o cenário de construção do contorno sul da Tamoios, movimentação do Porto e ampliação do Tebar/Transpetro. O secretário de Obras, Evanildo Silva explanou algumas das medidas a serem tomadas pela administração em breve, mas não citou prazos. “O processo é dinâmico. Algumas ações serão pontuais e poderão ser modificadas. Pela sequência das obras de pavimentação da rua Duque de Caxias, vamos ter que a alterar a mão da referida rua. Entre a avenida Altino Arantes até o pedágio da Dersa, vai se fazer um bolsão, uma linha direta com cinco faixas de rolamento, como caixa de retenção, ou seja, ali não terá mais fila. Isso vai provocar alterações nos trajetos dos ônibus, que retornarão para o Centro da cidade”.
O primeiro a fazer uso da palavra foi o engenheiro e comerciante Fernando Puga, que ressaltou a falta de espaço para melhorar o fluxo de trânsito. “É preciso construir lógicas que façam a pessoa deixar o carro em casa. Investir em corredores de ônibus; rede de ciclovias que concorram com os carros, não com os ônibus. A prefeitura precisa assumir isso. Não tem como ter fluidez com o dobro de veículos”. Puga também cobrou estratégia de desenvolvimento turístico. “O a prefeitura define isso ou ficaremos sempre a reboque da Petrobras e Porto”.
João Amorim, morador da Topolândia, defendeu a desapropriação de um trecho entre o Porto Grande e o bairro de São Francisco. “Assim teremos medidas alternativas de transporte público, inclusive bicicleta, que é um meio sustentável”. Para Amorim, o sistema de transporte público também poderia ser melhorado, inclusive com a criação de linhas, a preços atrativos, que partissem dos bairros de Barequeçaba, passando pelo Topo, e do São Francisco com destino ao Centro. “Valerá mais a pena andar de ônibus do que perder tempo procurando vaga para estacionar”, concluiu.
Na consulta pública aplicada pela Câmara, os participantes poderiam opinar em relação à possível criação de vagas de estacionamento rotativo e pago no Centro; criação de linhas de ônibus com passagem pelo Centro Histórico.
Falta de movimento - No contraponto à discussão do trânsito, comerciantes também falaram a respeito da falta de movimento no Centro Histórico, especialmente no trecho entre a praça da Matriz e a Rua da Praia. Muitos dos comerciantes alegam baixar as portas mais cedo por falta de movimento e também por questões de segurança. “Sofremos com a falta de clientes nas lojas”, disse o cabeleireiro Marconi Alves.
O vereador Professor Gleivison (PMDB) sugeriu programação musical e cultural nos espaços públicos, como a Praça do Coreto e a Rua da Praia, o que foi apoiado pelo vereador Teimoso (PSB) que pediu a conscientização dos comerciantes em relação ao lixo. “Cada um precisa cuidar do seu”, disse. Já o vereador Jair Pires, um mercado municipal. Já o vereador Reinaldinho, sugeriu alternativas que estimulem a oferta de passeios públicos para pedestres, com a adoção de calçadas padronizadas, com acessibilidade e que facilite a circulação de pessoas, e também instalação de lotéricas, agências bancárias entre outros prestadores de serviços.
Já a Câmara Municipal, por meio da consulta pública, sugeriu a criação de um calçadão comercial na Rua Três Bandeirantes, com horários diferenciados para atender os turistas à noite e aos finais de semana. A Associação Comercial estuda a realização de uma campanha na mídia voltada para as compras de natal e sugeriu que os comerciantes também se conscientizassem a respeito dos horários de funcionamento de suas lojas, de forma a atender o consumidor local que trabalha na região do Centro e encerra o expediente por volta das 17h. Ou seja, as lojas poderiam abrir mais tarde e também fechar mais tarde. Todas as sugestões vão ser reunidas em ata, que será encaminhada ao Executivo e servirá de subsídio para futuros projetos e discussões da Câmara e também para a própria associação comercial.

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